DPE-RR promove oficina com técnicas para mediação de conflitos

O curso foi voltado a servidoras e servidores para alinhar e melhorar o atendimento. Atendentes do CHAME, da ALE-RR, também participaram. – Fotos: Ascom/DPE-RR

As habilidades essenciais para a resolução de conflitos foram compartilhadas ao longo desta semana, em uma oficina de mediação promovida pela Defensoria Pública do Estado de Roraima (DPE-RR). Além das servidoras e servidores da instituição, participou também a equipe do Centro Humanitário de Apoio à Mulher (CHAME), da Assembleia Legislativa.

A oficina tem como objetivo de expôr técnicas eficazes de mediação, proporcionando aos participantes as ferramentas necessárias para resolver disputas de maneira pacífica e construtiva. A primeira turma era formada por servidoras e servidores da Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem da DPE. A segunda, por atendentes do CHAME.

Kaline Jennifer, atendente que atua na recepção da Câmara de Conciliação, tem um papel fundamental no primeiro atendimento aos assistidos e por isso, participou da oficina, que foi elaborada com base na proposta do professor Juan Carlos Vezzulla para a “Mediação Emancipadora e Responsável”.

“Quando eles [assistidos] chegam, eu sou a primeira pessoa que eles têm contato, então esse treinamento é importante para eu saber como eu tenho que lidar com eles, saber o que falar. Eu já dou algumas explicações, hoje estou me aprofundando mais em todos os assuntos. Muitos chegam nervosos, às vezes chorando, eu explico como é o atendimento e faço o encaminhamento”, explicou.

O atendente e estagiário de psicologia na DPE-RR, Mayslom Daniel, considera que o treinamento irá deixar a equipe de trabalho mais alinhada e conectada. “Estou achando uma experiência incrível, bem proveitosa, acredito que, com essa capacitação nossa equipe vai estar se alinhando melhor, vai trabalhar com mais harmonia, mais conexão uns com os outros e, assim, passar melhores orientações para os nossos assistidos”, espera Daniel.

Uma das condutoras da oficina, Dellyane Torres, psicóloga na DPE, destacou em sua apresentação a abordagem do professor Vezzulla sobre a importância das pessoas virem antes dos conflitos. “O que nós queremos, é que possamos compreender que os conflitos só existem porque as pessoas existem. Então, as pessoas vêm antes de qualquer conflito e elas possuem uma história, uma identidade, emoções que organizam sua forma de se relacionar no mundo e com outras pessoas. Pessoas se relacionam com sentimentos, têm situações difíceis, ou não tão difíceis, algumas são diferentes de mim, outras são mais parecidas, tudo isso é importante” afirma.

Comunicação não violenta

Durante a oficina, os participantes tiveram a oportunidade de aprender sobre comunicação não violenta, técnicas de escuta ativa e estratégias para alcançar acordos mutuamente benéficos. Janaína Nunes, psicanalista da Procuradoria Especial da Mulher, fala sobre a experiência.

“É de suma importância nós aprendermos a mediação para resolvermos os conflitos que chegam até nós. É essa habilidade que nós estamos recebendo e que irá nos levar a um patamar melhor de atendimento, não só às nossas assistidas, mas também ao pessoal do Reconstruir, que são os meninos que estão cumprindo penas alternativas”, disse ela.

Parceria com a ALE-RR

Elceni Diogo, defensora pública e titular da Câmara de Conciliação destaca que a oficina visa a retomada de uma parceria antiga, por meio da Assembleia Legislativa do Estado de Roraima (ALE-RR), e possibilitará a implementação da mediação no Chame, trabalho já realizado na Defensoria Pública.

“O mediador é aquele que não sabe, mas precisa conhecer algumas técnicas para despertar nas pessoas o próprio saber, para que elas consigam resolver as próprias questões e se emancipar em relação ao mediador. A oficina não é uma formação completa, mas proporciona uma visão geral da proposta da mediação emancipadora e responsável para a equipe do Chame”, explicou a defensora.

Elceni pontua que a mediação é uma poderosa ferramenta para resolver conflitos e fortalecer as relações comunitárias, estabelecendo maior vínculo entre os assistidos por meio da comunicação ativa.

“Estamos entusiasmados por colaborar com o CHAME, para oferecer essa oficina à nossa comunidade, com a esperança de que ela contribua para um ambiente mais harmonioso e inclusivo para todos”, finalizou ela.

 

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