Operação Caçada Real: PCRR finaliza uma fase das diligências da investigação e articula recambiamento de ex-senador para Roraima

Polícia Civil ainda está em buscas ontínuas para localizar o sobrinho do ex-senador, considerado foragido. – Fotos: Ascom/PCRR

A primeira fase da investigação denominada “Caçada Real”, realizada pela PCRR (Polícia Civil de Roraima) por meio da DGH (Delegacia Geral de Homicídios), está em fase de finalização, mas seguem as diligências para prender H.N.C.M, conhecido como “Ney Mentira” e a articulação para o recambiamento do ex-senador Telmário Mota para Roraima.

O delegado que coordena as investigações, João Evangelista, disse na manhã desta quarta-feira, 1º, que finalizou a primeira fase com as diligências que faltavam das cautelares.

“Ontem realizamos uma série de diligências, dentre elas o cumprimento de um mandado de busca e apreensão em uma residência, localizada no Centro de Boa Vista. Tal endereço consta como local para citação dele, em um dos processos em que ele responde na Justiça. No local foram apreendidas armas e munições”, disse.

Segundo o delegado, as buscas são contínuas para localizar o sobrinho do ex-senador, considerado foragido.

“Fizemos diligências na casa dele na segunda-feira, quando deflagramos a operação, mas ele não foi encontrado. O trabalho continua para localizá-lo e prendê-lo”, disse.

Ainda na segunda-feira, dia 30, segundo o delegado, o caseiro da fazenda Caçada Real, D. R. C., foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, apreendida em seu quarto.

“Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos, efetuamos a prisão do indivíduo apontado nas investigações como executor do crime, foram cumpridas as medidas cautelares contra a assessora do ex-senador e o mandado de prisão dele foi cumprido em Goiás”, detalhou.

Segundo o delegado todo o material apreendido passará por perícia no ICPDA (Instituto de Criminalística Perito Dimas Almeida).

“Estamos agora realizando as tratativas para providenciar o recambiamento do ex-senador para Roraima, o que poderá ocorrer a qualquer momento. As diligências estão evoluindo, a integração entre as Forças de Segurança, o trabalho bem célebre e ágil do Ministério Público de Roraima e da Justiça foram imprescindíveis e corroboraram para o êxito dos trabalhos. Não descartamos futuras fases da investigação”, ressaltou.

Entenda o caso

Nas primeiras horas de segunda-feira, a Polícia Civil de Roraima deflagrou a Operação Caçada com o objetivo de cumprir três mandados de Prisão e sete de busca e apreensão. A operação foi coordenada pelo DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa), e aconteceu na sede e na área rural de Boa Vista, em Caracaraí e em Brasília.

O trabalho contou com a parceria do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MPRR (Ministério Público Estadual), DEINT (Departamento de Inteligência) da SESP (Secretaria de Segurança Pública), do GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais) e da Força Tática, da Polícia Militar e da DIPO (Divisão de Inteligência Policial) da Polícia Civil do Distrito Federal. Várias unidades da Polícia Civil prestaram apoio à Operação.

As diligências, coordenadas pelo delegado João Evangelista, da DGH, visam esclarecer a execução de Antonia Araújo Sousa, de 52 anos, ocorrido no dia 29 de setembro deste ano, no bairro Senador Hélio Campos. A mulher saiu de sua casa quando foi abordada por um homem que perguntou o seu nome e, ao confirmar, ela foi atingida com um único tiro na cabeça.

De acordo com João Evangelista, todos os indícios apontam que o ex-senador seja o mandante da morte de Antonia Sousa. O sobrinho dele, H. N. C. M., é apontado como sendo a pessoa que atuou na logística e planejamento do crime, que foi executado por L. L. C. A assessora do ex-senador, é apontada como sendo uma das pessoas que monitorou a vítima Antonia Sousa, bem a filha do ex-senador e, também, guardou em sua casa a motocicleta usada como suporte para a prática do crime. A assessora foi quem entregou o veículo, um dia antes do assassinato para o executor do crime.

“Houve um planejamento, e uma análise de riscos, eles verificaram as possibilidades, monitoraram, acompanharam, identificaram a rotina da vítima justamente para que a execução fosse realizada com o menor risco de eles serem pegos em flagrante naquele momento. A motivação da execução do crime diz respeito a uma série de circunstâncias. A vítima foi responsável, juntamente com a filha dele, por informações que iniciaram uma investigação policial no ano de 2022 e alcançaram um processo criminal pelo crime de estupro e fez com que ele passasse a ser réu, por esse crime. A mãe, no caso a vítima, seria ouvida, seria inquerida, era testemunha daquele processo. Não apenas isso, havia outros processos dando conta de pensão alimentícia e de valores que ela estaria cobrando para ele na Justiça. Então com a morte dela, em tese cessariam essas situações. Por si só, isso nos garante que ele teria sim, motivos para matá-la”, afirmou.

 

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