Projeto Angels: unidade de AVC do HGR recebe certificação de qualificação

Unidade é composta por 13 leitos totalmente adaptados para dar pronta resposta a esse tipo de demanda. – Fotos: Ascom/Sesau

Referência no cuidado de pessoas com Acidente Vascular Cerebral Agudo, a Unidade de AVC do Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento recebeu esta semana o certificado de qualificação do Projeto Angels, uma iniciativa internacional que valoriza a criação de centros especializados nesse tipo de doença.

Criada há um ano no Estado, a unidade é composta por 13 leitos totalmente adaptados para dar pronta resposta a esse tipo de demanda.

“A implantação da Unidade de AVC começou no início de novembro do ano passo, e agora nós estamos completando um ano de desenvolvimento. Esse é o primeiro setor destinado a cuidados de AVC do estado de Roraima e temos avançado de forma satisfatória”, afirmou a médica neurologista e coordenadora do Setor, Lívia Martins.

Segundo ela, desde a implantação, o espaço realiza mensalmente cerca de 50 internações, ajudando a posicionar o HGR entre as unidades mais eficientes no atendimento a pacientes acometidos por AVC.

“Oferecemos na unidade um tratamento de trombólise química, se o paciente chega dentro das 4h30 do início dos sintomas, podemos reverter totalmente sem sequelas. Ele pode receber alta em até cinco dias, totalmente assintomático, voltando para casa, independente, voltando para o trabalho”, disse.

A unidade oferece também a investigação da doença e reabilitação com fisioterapia, fonoterapia, acompanhamento psicológico e orientação com serviço social. Além de neurologistas, enfermeiros, técnicos e nutricionistas.

“Temos feito estudos continuados dentro da unidade para melhorar o fluxo e o trabalho prestado aqui dentro da unidade para os pacientes. Quem ganha com isso são os pacientes e os profissionais também que têm a oportunidade de a cada dia mais estar melhorando a atuação profissional”, salientou a enfermeira do HGR, Gorete Rocha.

Eficiência no atendimento

Ex-servidora pública, Maria da Silva, de 48 anos, precisou ser internada após sentir os sintomas do AVC no mês passado. Ela revelou que tem sido bem assistida desde os atendimentos no PACS (Pronto Atendimento Cosme e Silva) até a sua transferência para a Unidade de AVC do HGR.

“Eu amanheci e senti dormência no braço e na perna. Fui para o Cosme Silva, fiz exames e me encaminharam direto para a unidade de AVC [do HGR]. Passei por uma tomografia computadorizada e, de imediato, a médica avaliou [meu quadro clínico]. Acho um ambiente excelente e enalteço quem teve a ideia de criar um local como esse”, destacou.

Entre os profissionais que integram o setor está a fisioterapeuta Thyene Almeida. Ela revela que a unidade tem sido importante na recuperação de vários pacientes.

“Hoje temos um local específico para esse atendimento, o nosso paciente tem um melhor prognóstico que dá a ele maior possibilidade maior de melhora. A fisioterapia atua nas primeiras 24 horas sendo de extrema importância [para a reabilitação]”, pontuou.

Saiba identificar os sintomas

O AVC é caracterizado pelo entupimento ou rompimento dos vasos que levam o sangue para o cérebro, provocando a paralisia das funções cerebrais. Os danos à saúde podem ser severos, causando a incapacitação do paciente ou, em casos mais extremos, a morte.

O AVC é a segunda causa de morte no Brasil e a primeira causa de incapacidade.

Os sinais mais comuns do AVC são a sensação de fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, seguida de déficit de força em um lado do corpo. Esses sintomas podem variar e se manifestar de forma isolada ou em conjunto.

No Brasil, o método mnemônico mais utilizado chama-se S.A.M.U, que elenca os sinais da doença nas pessoas e a tomada de decisão que precisa ser adotada de imediato:

1. O ‘S’, por exemplo, vem de ‘Sorrir’, quando a pessoa tem um AVC, ela apresenta uma paralisia facial. Em seguida, você pede para ela sorrir e perceba se a boca da pessoa está torta;

2. O ‘A’ é quando você pede um abraço e essa pessoa não consegue mexer os braços;

3. O ‘M’ é de ‘Música’, porque as pessoas que tem AVC tem dificuldade na fala, se você pedir para formar uma frase ou cantar uma música e ela não vai conseguir;

4. O ‘U’, é de ‘Urgência’.

Se for identificado qualquer um desses sinais, é preciso ligar imediatamente para o Serviço de Urgência 192

Suyanne Sá

 

 

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