O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) concedeu ao Instituto Federal de Roraima (IFRR) e à Universidade Federal de Roraima (UFRR) a patente do modelo de utilidade “Coletor de efluentes em profundidade”, criado por Márcia Brandão, Fabiana Granja e Derlano Capucho. O acordo de cooperação interinstitucional para a cotitularidade da patente foi assinado em 2018, pelos então reitores das duas instituições.
Professora do Campus Boa Vista do IFRR e integrante da equipe de inventores, Márcia Brandão destaca a satisfação pela conquista, que é inédita. “Estamos extremamente orgulhosos de receber a Carta-Patente, o que valida o esforço e a dedicação não só de nossa equipe de pesquisa e inovação, mas também das instituições envolvidas para alcançar este objetivo. Isso não apenas destaca a qualidade de nossos esforços, mas também fortalece nossa posição como líderes na vanguarda da inovação em nossa região”.
Conforme a inventora, a ideia da criação do instrumento surgiu da necessidade de resolver uma situação que impedia o desenvolvimento da etapa de uma pesquisa realizada pela equipe, que buscava microrganismos em efluentes hospitalares. A intenção era obter um instrumento capaz de adentrar o tanque séptico de unidades de saúde sem coletar a matéria da superfície, ou seja, que se abrisse apenas quando atingisse a profundidade desejável para a coleta.
Aliando novidade com originalidade, eles criaram um coletor de efluentes em profundidade composto de polipropileno, que proporciona a esterilização química e, portanto, é reaproveitável, além de útil para coletas em profundidade de efluentes industriais, água de rios, poços e outros meios. O depósito de patente no INPI foi realizado ainda em 2018 e todo o processo, até a conquista da patente, contou com o envolvimento direto de profissionais do Núcleo de Inovação Tecnológica e da Agência de Inovação do IFRR.
Durante a fase de depósito, as instituições detinham uma expectativa de direito, que agora foi oficialmente confirmada com a obtenção da Carta-Patente, a qual concede o poder de proteger a inovação contra a reprodução não autorizada, a venda, o uso, a importação ou qualquer atividade relacionada ao produto patenteado, sem consentimento prévio.
“Esta conquista reforça o compromisso do instituto com a promoção da inovação e o avanço do conhecimento em sua área de expertise, representando um passo significativo na proteção de ativos intelectuais e estimulando a contínua busca pela excelência no campo da pesquisa e do desenvolvimento”, salienta a diretora da Agência de Inovação do IFRR, Karla Santana.
Para o vice-reitor da UFRR, professor Silvestre Lopes da Nóbrega, a conquista evidencia o forte processo de inovação com a pós-graduação, pelo qual passam a universidade e o instituto. “O registro de patente e, consequentemente, a conquista do título da patente, demonstra o quanto as instituições são caracterizadas com base tecnológica e inovadora nos seus processos. É importante ressaltar que a patente é fruto da rede BioNorte aqui na UFRR, um programa de doutorado. Ficamos muito contentes pelo resultado e, principalmente, pela parceria com o IFRR, demonstrando que o trabalho em cooperação com outras instituições acaba melhorando o processo de sucesso de todos os envolvidos”.
Prestação de contas à sociedade e confirmação do potencial dos profissionais e das instituições federais de ensino no Estado de Roraima estão entre os pontos enfatizados pela reitora do IFRR, professora Nilra Jane Filgueira. “Esta primeira conquista, sem dúvidas, tem um significado histórico para o IFRR, legitimando a nossa vocação científica, tecnológica e educacional, assim como o nosso compromisso com o desenvolvimento local. Parabenizo os inventores e todos os gestores e servidores das instituições que, ao longo dos últimos cinco anos, trabalharam para tornar esse sonho realidade”, complementa a gestora.