Nascida em Roraima e filha de nordestinos, Esther Morais da Silva Assunção, 23 anos, egressa do curso Técnico em Agropecuária do Campus Amajari do Instituto Federal de Roraima (IFRR-CAM) de 2017, foi aprovada 1º lugar no mestrado de Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop.
A confirmação da aprovação saiu nesta terça-feira, 19, e mesmo parecendo pretensão à primeira vista, Esther acreditava na conquista de uma vaga, visto todo empenho e dedicação no decorrer da graduação. Como desde que estudava no IFRR nutre o sonho da docência, focou em atividades como monitoria, produção de artigos, projetos de iniciação científica, participação em grupo de pesquisa, entre outros.
Numa seleção formada por três fases, entre elas a análise curricular, esse fator foi de peso e causador de surpresa à egressa. “Quando eu recebi a notícia, fiquei em choque. Eu esperava ser aprovada, mas não em primeiro lugar, mas como eu tive uma graduação muito participativa, então, o que mais fez eu ficar nessa posição foi meu currículo”, disse.
O desafio de mudar de cidade em busca de realizar seu sonho não será novidade para a egressa. Aos 15 anos, teve de deixar a família na vicinal Bom Jesus, próximo à Serra do Tepequém, município de Amajari, para estudar no Campus Amajari. Mas não foi só. Devido às dificuldades com transporte e outros fatores, morou no alojamento durante o ensino médio. Só retornava para casa aos finais de semana.
Essa mesma rotina foi seguida por dois dos três irmãos. Somente a irmã mais velha não estudou no IFRR-CAM, mas formou-se em Química pela Universidade Estadual de Roraima. O irmão fez o ensino técnico e o superior em Aquicultura, e a outra irmã concluiu o ensino médio neste ano (2023).
Para Esther, o período de Instituto Federal foi essencial para a escolha de uma profissão. “No IFRR eu sempre falo que a gente tem o privilégio de ter professores mestres e doutores, ou seja, pessoas tão qualificadas. Boa parte da minha trajetória eu sei que os professores e os técnicos do IFRR foram essenciais, assim como na graduação. Mas no IFRR eu falo que foi mais, porque a gente sai do ensino fundamental sem saber muito o que se quer. E o IFRR, para mim, é uma instituição desenvolvida, com muita prática, e esse contato me deu certeza da área que eu queria, que foi fazer o curso de Zootecnia, agora o mestrado e futuramente o doutorado. O IFRR teve grande importância para escolha da minha carreira, principalmente por abrir esse leque de oportunidades”, compartilhou.
Próximas
Há poucos dias, Esther defendeu seu Trabalho de Conclusão de Curso de Zootecnia, e em fevereiro, cola grau pela Universidade Federal de Roraima, e já recebe a notícia da aprovação no mestrado, na linha de pesquisa Produção e Nutrição de Ruminantes. A previsão de início das aulas é março de 2024.
Rebeca Lopes