Principal referência hospitalar do Estado, o Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento celebrou no dia 23 de dezembro a realização da primeira cirurgia de correção meningocele por via endoscópica nasal.
Antes, o procedimento só era possível por meio de TFD (Tratamento Fora de Domicílio), com o paciente tendo que aguardar a liberação de vaga em outro Estado, conforme explica a diretora geral do HGR, Patrícia Renovato.
“Essa paciente estava há meses na fila de TFD, aguardando liberação de vaga em hospital de outro estado pela CNARC [Central Nacional de Regulação da Alta Complexidade]. Com a articulação do Governo do Estado e Sesau [Secretaria de Saúde], nós conseguimos trazer o especialista [de fora], e com a nossa equipe realizar o procedimento em Roraima”, informou.
O procedimento contou com o envolvimento das equipes médicas dos serviços de otorrinolaringologia e neurocirurgia do HGR, com apoio do médico paulista e especialista em rinologia e cirurgia endoscópica da base do crânio, Dr. João Paulo Mangussi.
A realização da cirurgia dentro do HGR também resulta em economia de custos aos cofres da Administração Estadual, uma vez que possui a estrutura e os materiais necessários para o procedimento; quanto para os familiares que poderão acompanhar a evolução do quadro de saúde no próprio local de residência.
“Tudo isso é fruto do trabalho em equipe, e comprometimento [do Governo] com a saúde do paciente que se encontra dentro do hospital”, completou Patrícia.
A vida voltando ao eixo
Por conta de uma fístula liquórica, uma espécie de vazamento que circula ao redor do cérebro e da medula, a paciente Ângela Maria Chagas precisou ser aposentada aos 48 anos.
Ao todo, foram seis meses de internação até a chegada do grande momento da cirurgia. Tudo foi tão bem sucedido que a aposentada se surpreendeu com a rapidez do procedimento.
“O médico que veio de fora passou muita segurança e quando terminou a cirurgia eu senti que parecia que não tinha feito nada. Vi que estava com o acesso [venoso] e me perguntei se eles realmente tinham feito o procedimento, de tão bem que fiquei”, ressaltou.
Para a filha de Ângela, Ana Caroline Chagas, de 29 anos, a sensação agora é de dever cumprido após uma longa batalha contra o tempo, com a vida literalmente voltando ao eixo.
“Foram dias bem complicados, pois havia uma incerteza sobre quando essa cirurgia iria ocorrer e ver o estado de saúde dela piorando era muito difícil. O TFD dela estava correto, mas não havia um número de processo [no SUS] para o procedimento que ela precisava fazer. A gente não sabia quando isso ia acabar e quando ela se cirurgiou, o médico nos parabenizou por nossa luta”, completou a analista de sistemas.
Minervaldo Lopes e Suyanne Sá