No extremo Norte do Brasil, o estado de Roraima desenha um cenário que desafia o comum. Aqui, enquanto o resto do país recolhe suas máquinas após a colheita da safra de soja, Roraima vibra ao som das colheitadeiras. Um som da prosperidade que está chegando para os pequenos negócios através do crescimento do agronegócio. O avanço do setor agropecuário tem tido um papel crucial na economia com expressiva contribuição no PIB local, e o potencial em movimentar os pequenos negócios que formam a espinha dorsal do desenvolvimento rural.
Os dados divulgados pelo 11º Levantamento da Safra de Grãos, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), apontam que Roraima tem estimativa de crescimento de 16,6% em relação à safra anterior, saltando de 467 mil para 544,3 mil toneladas.
Um grande destaque, que contribuiu significativamente com esse avanço, foi o da produção de soja, que obteve aumento de 26,3% em relação à safra anterior, com 360 mil toneladas de soja. Além disso, foi o Estado que obteve maior crescimento nas áreas de produção, com 20% de expansão.
Posição estratégica
A posição geográfica de Roraima, outrora vista como um desafio logístico, hoje é percebida como uma vantagem estratégica que reduz custos e tempos de acesso a mercados internacionais. Com investimentos em rotas fluviais e terrestres que prometem integrar Roraima ainda mais ao comércio global, o estado está pavimentando seu caminho rumo a um futuro onde pequenos produtores e grandes empresários colhem os frutos de uma terra repleta de oportunidades.
“Agora, estamos colhendo os frutos de uma estratégia que nos coloca em vantagem no mercado”, comenta Geraldo Falavinha, presidente da APROSoja.
Com uma projeção de colher cerca de 400 mil toneladas de soja, um aumento significativo comparado à safra anterior, Roraima tem um calendário agrícola singular pode ser uma vantagem competitiva formidável.
Geraldo Falavinha, além de presidir a APRO Soja, é dono da maior empresa agrícola do estado e tem aumentado suas apostas no setor. A construção de um complexo para esmagamento e processamento de soja, bem como a sociedade em uma usina de etanol de milho, reafirmam a crença de que o agronegócio é o motor que impulsionará a economia local.
Sebrae e Ali Rural: parceiros no desenvolvimento do agro
O Sebrae, com suas iniciativas inovadoras, tem sido um parceiro estratégico nesse crescimento e essa realidade peculiar abre caminhos para programas como o Sebrae Agronegócios e o ALI Rural, que orientam e apoiam os pequenos empresários e agricultores na gestão de seus negócios e na exploração sustentável de suas terras.
Com mais de 300 mil negócios impulsionados por mais de 8 mil especialistas, o Programa ALI Rural, se consolidou como uma metodologia eficaz que alia tanto a inovação quanto a sustentabilidade nos pequenos negócios.
“O apoio que recebemos desses programas é essencial para nossa sobrevivência e crescimento”, afirma Ana Costa, pequena produtora de arroz inundado na região do Bonfim, ressaltando a importância da assistência técnica e gerencial oferecida pelo Sebrae.
O diferencial agora é levar essa expertise para o campo, oferecendo diagnósticos e soluções customizadas em marketing, vendas, processos produtivos, novos produtos, redução de custos e controles gerenciais.
Para participar do ALI Rural, produtores podem contatar o Sebrae pelo telefone 0800 570 0800 ou pessoalmente. O programa de oito meses inclui dez encontros presenciais, imersões, análises e palestras.
Além do ALI Rural, o Empretec Rural também desempenha um papel fundamental. Almir Sá, diretor administrativo e financeiro do Sebrae-RR.
“Estamos fortes e presentes no meio rural, oferecendo ferramentas para planejar e inovar”, destaca o diretor.
Aline Zago, produtora e advogada agrária, sublinha a transformação vivida com o aprendizado adquirido no Sebrae: “O treinamento e o que aprendemos é um divisor de águas, pois nos ensinou a tratar o agro como uma empresa e a nos preocuparmos com planejamento e gestão financeira”.
