Aderr vai intensificar ações de combate a Anemia Infecciosa Equídea

Doença é a de maior interesse econômico na criação de cavalos, pois causa inúmeros prejuízos e limita consideravelmente o desenvolvimento da produção de equídeos no Estado. – Fotos: Ascom/Aderr

A Aderr (Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Roraima), por meio do Programa Estadual de Sanidade Equídea, vai intensificar as ações de controle da Anemia Infecciosa Equina, com o objetivo de diminuir os casos da doença, responsável por causar muitas mortes em cavalos. Para isso, a Portaria Nº 2412/ADERR/DDA, publicada em novembro de 2021, entrará em vigor a partir da segunda quinzena de maio.

AIE é uma doença de maior interesse econômico na criação de cavalos, pois causa inúmeros prejuízos e limita consideravelmente o desenvolvimento da produção de equídeos em Roraima, segundo informou o gerente de Defesa Animal e responsável pelo Programa de Sanidade Equídea, Paulo Fiqueirôa.

Desde a publicação da Portaria, estão sendo realizadas palestras com criadores de cavalos, a fim de esclarecer sobre as mudanças. Em abril, será feito treinamento de veterinários autônomos, que precisam se cadastrar na Aderr para ficarem aptos a coletar sangue para AIE.

Além do cadastramento que irá proporcionar uma maior proximidade dos veterinários autônomos com o serviço oficial, as coletas só poderão ser realizadas em propriedades cadastradas na Agência para evitar problemas no trabalho de controle da doença.

“É obrigatório a inserção do código da propriedade, que é o mesmo código do Guia de Trânsito Animal [GTA], no campo do endereço específico e a determinação da eutanásia, no caso de animais reagentes, quando não houver outra destinação prevista em Lei”, destacou Figueirôa.

Os técnicos da Aderr entendem que é um grande desafio baixar o alto índice da doença no Estado. Para ter êxito no trabalho de combate e erradicação da AIE serão feitas ações de educação sanitária, a fim de melhorar a comunicação com os proprietários de cavalos e toda população.

“É de fundamental importância a participação de todos para a promoção de um rebanho saudável, respeitando as normas, tradições e o interesse público de tornar cada vez mais competitivo o agronegócio do cavalo no Estado”, enfatizou o governador Antonio Denarium.

AIE

De acordo com o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), a anemia infecciosa equina (AIE), doença da lista “B” do Escritório Internacional de Epizootias (OIE), é uma enfermidade viral, extremamente contagiosa e fatal que infecta todos os equídeos (equinos, asininos e muares), de qualquer idade ou sexo.

A AIE foi incluída entre aquelas passíveis de aplicação das medidas previstas no Regulamento de Defesa Sanitária Animal em 1981, através da Portaria nº 200, de 18 de agosto 1981, sendo obrigatório o sacrifício dos animais doentes, uma vez que a doença não tem cura.

Ocorrendo em todo o Território Nacional, a AIE pode ser encontrada em qualquer rebanho, independente da forma de criação e da exploração econômica a que esteja submetido.

Sintomas

A doença se manifesta sob as formas aguda, crônica ou inaparente.

Os animais que apresentam a forma aguda podem apresentar sintomas severos e inespecíficos como febre, anemia, hemorragias petéquiais, edemas nos membros e abdome, fraqueza, falta de apetite e podem morrer entre duas e três semanas.

A forma crônica se manifesta através de febre recorrente, fraqueza, falta de apetite, baixo rendimento esportivo, podendo o animal morrer em uma das crises.

A forma inaparente ou latente caracteriza os “portadores assintomáticos”, que se apresentam aparentemente sadios, mas permanecem como reservatórios do vírus e com poder de contaminação e propagação da doença.

Transmissão

A transmissão se dá através de picadas de insetos hematófagos, principalmente as mutucas (Stomoxys sp.), além de agulhas, seringas, esporas, freios, arreios ou outros utensílios contaminados com sangue infectado.

Outras formas de transmissão são através do sêmen e do leite.

Controle e Erradicação

Algumas medidas podem ser adotadas no controle da AIE, dentre elas podemos citar:

• uso de seringas e agulhas descartáveis (uma para cada animal);

• limpeza de todos os utensílios utilizados nos animais;

• isolamento dos animais positivos até a realização do sacrifício;

• sacrifício dos animais positivos à prova de diagnóstico, pois não existe até o momento tratamento ou vacina para esta doença;

• submeter ao exame de diagnóstico para AIE todo equídeo que necessite transitar;

• realização de exame de diagnóstico para AIE para os animais adquiridos em leilões, feiras ou de outras propriedades.

Elias Venâncio

 

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