ALE-RR e Conselho de Química lançam primeira tabela periódica em braile do país

Material estará disponível de forma gratuita em escolas e universidades de todo o Brasil. – Fotos: Marley Lima

Uma sessão especial da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), nesta sexta-feira, 31, marcou o lançamento da primeira tabela periódica em braile do país. A solenidade ocorreu no Plenário Deputada Noêmia Bastos Amazonas e reuniu representantes dos conselhos de Química dos estados e da Educação de Roraima, bem como da Associação dos Deficientes Visuais (Advir).

Deputada Angela Águida Portella

Indicada pela presidente da Comissão de Defesa da Pessoa com Deficiência e Idoso, deputada Angela Águida Portella (PP), a pedido do Conselho Regional de Química (CRQ) da 14ª região, a iniciativa, conforme enfatizou a parlamentar, vai abrir precedentes para que outros conselhos profissionais se inspirem a realizar projetos semelhantes.

“O CRQ saiu na frente inspirando outras profissões no que diz respeito à inclusão, empatia e à possibilidade de pertencimento. Ele está de parabéns. Esse momento tão especial, com esse ato simbólico, que também é um fato histórico, será importante para a construção de conhecimento de pessoas que irão prestar vestibular, e muitas vezes se ressentem de não ter a oportunidade da compreensão”, avaliou.

Em seu discurso durante a sessão, o presidente do Conselho Federal de Química, José de Ribamar Filho, destacou a importância desta ciência para a existência humana e citou a criação da vacina contra a covid-19 como exemplo mais recente.

Gilson da Costa Mascarenhas

“Sem ela [química] e os itens de higiene durante um dos períodos mais difíceis para a saúde do Brasil e do mundo, o sonho da vacina talvez não fosse possível. É importante reforçar que conhecimento é poder. Ele nos permite vislumbrar as infinitas possibilidades que temos. Essa premissa torna-se ainda maior na química, afinal, sem ela não teríamos evoluído para o que somos hoje”, ressaltou.

O presidente do CRQ da 14ª Região, Gilson da Costa Mascarenhas, informou que os exemplares serão disponibilizados para todo o Brasil e reafirmou a chance de diversas atuações seguirem pelo mesmo viés.

“Por meio de reuniões aqui na Assembleia, soubemos que alguns outros profissionais questionaram o fato de não terem trabalhos de sua área em braile. Isso só engrandece o feito, porque serve de exemplo para outros campos a possibilidade de produzir ações de inclusão às pessoas”, frisou.

O diretor-tesoureiro do CRQ de Roraima, Jaime Magalhães, detalhou que a ideia de publicar o material inclusivo surgiu a partir do contato com um grupo de professores do meio que trabalhavam com deficientes visuais. Após reuniões, criou-se a oportunidade de entregar à população “um pouco do que o conselho tem por finalidade”.

Deyseane Arruda

“Nós não trabalhamos só com fiscalização, mas é importante que o conselho, onde se reúnem os profissionais da química, dê em troca para a sociedade alguma prestação de serviço na nossa área”, disse.

A presidente da Advir, Deyseane Arruda, que compôs a mesa, descreveu o momento como “satisfatório” e de “grande valia”.

“Para nós, que não enxergamos, é difícil poder estudar e ter acesso à alfabetização. Isso vai inovar o nosso aprendizado. Me sinto muito grata em participar desse encontro, e espero que todos venham a ter acesso, porque vai ajudar-nos bastante”, realçou.

O material estará disponível de forma gratuita em escolas e universidades de todo o Brasil para qualificar os estudos em química de jovens e adultos, e será apoio para que os deficientes visuais consigam aprender, de forma mais direta, os 118 elementos conhecidos, organizados pelas características comuns e de ordem crescente, conforme o número atômico de cada.

Suzanne Oliveira

 

 

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