A Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) promoverá uma sessão especial em comemoração aos 150 anos de nascimento de Albert Santos Dumont, renomado inventor brasileiro e pioneiro da aviação. O evento ocorrerá na segunda-feira, 26, às 14h, no Plenário Noêmia Bastos Amazonas.
A sessão especial vai contar com a presença de autoridades do Estado, representantes da Aeronáutica e entusiastas da aviação. Durante o evento, serão entregues moções de aplausos em homenagem ao inventor brasileiro, bem como aos bons serviços prestados pela Base Aérea de Boa Vista.
A proposição para a realização da homenagem foi apresentada pelo deputado Armando Neto (PL), por meio do Requerimento n° 48/2023, que pretende reconhecer a relevância histórica e o legado de Santos Dumont para o desenvolvimento da aviação mundial. O parlamentar ressaltou a necessidade de valorizar as suas contribuições.
“A homenagem ao aniversário de 150 anos de Santos Dumont é justa, pois, além de brasileiro, ele é o pai da aviação. Militares da Base Aérea de Boa Vista me procuraram e conversamos sobre esse importante reconhecimento, pois foi por causa do sonho dele em criar o avião que hoje a Aeronáutica faz a defesa do nosso espaço aéreo, bem como proporciona tantos outros benefícios para a nossa sociedade”, afirmou Neto.
O coronel aviador Côrte Real, comandante da Base Aérea de Boa Vista, ressaltou que o evento promovido pela ALE-RR será um momento significativo para reafirmar a relevância desse ícone brasileiro e ressaltar o papel dele na história da aviação mundial.
“A importância de Dumont para a aviação é incalculável, porque ele foi fundamental para o desenvolvimento, por exemplo, do modal aéreo. São aeronaves essenciais para o que hoje conhecemos como formas de transporte aéreo em todo o mundo, destacando também a magnitude deste feito para um país com dimensões continentais, a exemplo do Brasil”, enfatizou o coronel.
A vida do inventor brasileiro
Alberto Santos Dumont nasceu em 20 de julho de 1873, no sítio Cabangu – local que, em 1890, passou a pertencer ao município de Palmyra (mais tarde rebatizado de Santos Dumont), em Minas Gerais. Ele era filho de Francisca Santos Dumont, de tradicional família portuguesa vinda para o Brasil com D. João VI, em 1808, e de Henrique Dumont, engenheiro civil de obras públicas e, mais tarde, cafeicultor em Ribeirão Preto (SP).
Aos 18 anos, emancipado pelo pai, Santos Dumont foi para Paris completar os estudos e perseguir o sonho de voar. Ao chegar à capital francesa, o jovem se admira com os motores de combustão interna a petróleo que começavam a aparecer impulsionando os primeiros automóveis e compra um para si, investigando todo o seu funcionamento. Logo estava promovendo e disputando as primeiras corridas de automóveis na Cidade-Luz.
Aos 24 anos, Dumont teve a primeira decolagem bem-sucedida a bordo de um balão livre alugado. Um ano depois, em 1898, projeta e constrói, com a ajuda de operários e construtores de balões franceses, seu primeiro balão livre: o “Brésil” (Brasil, em francês), o menor balão tripulado já feito, homenageando o próprio país. Logo em seguida, associando os leves motores de combustão interna a petróleo a seus leves balões e construindo engenhosos lemes, Santos Dumont inventa os balões dirigíveis.
Após esse sucesso, Santos Dumont partiu para outra linha de pesquisa: queria, agora, voar com um veículo mais pesado que o ar. O aviador construiu um sistema de cabos inclinados para testar a dirigibilidade do 14-Bis: um inovador simulador de voo.
Em 1905, na plateia de uma corrida de lanchas num quente verão em Cote D’Azur, Santos Dumont avista uma potente lancha com motor Antoinette de 24 HP e começa a planejar “o mais pesado que o ar”. Aproveitando o sucesso dos planadores e, em especial, o planador cubo de Hargraves, o inventor constrói o primeiro avião, o 14-Bis, com o motor Antoinette, usando o balão nº 14 para testes de estabilidade.
Foi no dia 7 de setembro de 1906 que o 14-Bis deu um primeiro salto no ar, mas faltou potência. Já em 23 de outubro, com motor Antoinette de 50 HP, o 14-Bis voou, decolando, mantendo-se no ar por uma distância de 60 metros, a três metros de altura, e aterrissou. Era o primeiro voo homologado do “mais pesado que o ar” para uma multidão de testemunhas eufóricas no campo de Bagatelle, em Paris.
No dia seguinte, toda a imprensa francesa louvou o fato histórico, o triunfo de um obstinado brasileiro, que, pelo feito, conquistou o prêmio Archdeacon oferecido pelo Aeroclube de França. O dinheiro do prêmio foi distribuído para seus operários e os pobres de Paris, como era costume do inventor.
A história de vida, as obras e os valores do Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica Brasileira são fontes de inspiração não apenas no Brasil, mas em várias regiões do planeta. Suas inovações e contribuições para a aviação são celebradas até hoje.
Anderson Caldas, com informações da FAB