ALERR trabalha para combater tráfico humano em Roraima

Projeto ‘Educar é Prevenir’ promove nas escolas ações preventivas de enfrentamento desse tipo de crime. – Fotos: Eduardo Andrade

O Dia Internacional contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças é celebrado nesta sexta-feira, 23. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), somente no Brasil, houve 2,5 milhões de vítimas de tráfico, sendo que 85% dos casos são para fins de exploração sexual. O lucro médio obtido com essas explorações, além de outras, como o tráfico de órgãos e o trabalho escravo, chega a US$ 32 bilhões. A repressão a esses tipos de crime é estabelecida pela Lei n⁰ 13.344/16.

Em Roraima, o Centro de Promoção às Vítimas de Tráfico de Pessoas, ligado ao Programa de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania (PDDHC), da Assembleia Legislativa, promove nas escolas ações preventivas de enfrentamento, capacitação de professores e acolhimento às vítimas, por meio do projeto “Educar é Prevenir”, que funciona desde 2017.

No dia 16 deste mês, o centro encerrou uma programação sobre tráfico humano na Escola Estadual 13 de Setembro. De acordo com o coordenador Glauber Batista, essa foi a primeira instituição a ser visitada após a retomada do projeto, que estava suspenso por causa da pandemia.

“Foi a 34ª escola que a gente atendeu desde o início do projeto e a receptividade foi muito boa. Lá, tem muitos alunos venezuelanos, que também são vulneráveis ao aliciamento para o tráfico humano”, explicou.

Ainda conforme Batista, crianças e adolescentes são o público-alvo dos criminosos.

“A nossa preocupação com essa faixa etária é porque é onde há mais índices de aliciamento, principalmente dentro das escolas. É com esse intuito que a gente volta com esse projeto importante e vamos continuar em mais 13 escolas até o final do ano”, destacou.

Para denunciar casos de tráfico humano, disque 100 ou 180. As vítimas também podem procurar atendimento na sede do programa, que fica na Rua Coronel Pinto, 524, bairro Centro, ou pelo e-mail traficodepessoas.rr@gmail.com

Rede de proteção

Órgãos como a Polícia Rodoviária Federal (PRF) também realizam operações preventivas e repressivas ao tráfico de pessoas, por meio do projeto “Mapear”. De acordo com a agente da PRF de Roraima Verônica Cisz, o programa mapeia os pontos vulneráveis em todo o país.

“Aqui [em Roraima], a cada dois anos, a gente refaz esse mapeamento, para ver se aqueles pontos ainda são vulneráveis ou se mudaram. Quando encontramos locais vulneráveis, geralmente a criminalidade se desloca. Então, vamos fazendo essa fiscalização e mapeamento constantes para poder combater o tráfico de pessoas e a exploração sexual”, contou.

De acordo com a agente, a PRF também orienta possíveis vítimas. É preciso estar atento e se ligar aos sinais para não cair em armadilhas.

“Geralmente, a questão do tráfico vem com uma proposta de emprego que traga vantagens, como meninos para serem jogadores de futebol e meninas para serem modelos, e os pais muitas vezes também se iludem com isso e, quando essas vítimas chegam ao local, os pais ficam sem notícias”, pontuou.

Verônica deixa ainda um alerta aos pais para sempre verificarem os celulares dos filhos. “A exploração é feita através da internet. Olhem sempre os aparelhos de seus filhos. Vocês não estão tirando a privacidade deles. E aos jovens, confiem em seus pais. São as únicas pessoas que querem lhes proteger”, ressaltou.

Além da PRF, são parceiros do PDDHC a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra).

Suzanne Oliveira

 

 

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