Aluna do Centro de Convivência da Juventude sonha em tocar violino numa orquestra

Com grande procura, se esgotaram as vagas para aprender instrumento que estimula cognição e disciplina. – Fotos: Nonato Sousa

Foi vendo músicos tocarem o violino pela televisão que Maria Eduarda Coutinho Mangabeira, de 9 anos, sentiu vontade de aprender a tocar o instrumento de quatro cordas, que emite som quando em contato com a crina do rabo do cavalo que está adaptada ao arco.

Assim como ela, dezenas de crianças e adolescentes estão matriculados no Centro de Convivência da Juventude da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), em busca de aprender a tocar um instrumento.

Com as vagas esgotadas, a turma de violino das terças-feiras tem 18 alunos, enquanto a de sábado conta com 21 alunos matriculados. Moradora do bairro Buritis, Maria Eduarda viu que o sonho poderia ser realizado quando o Centro de Convivência da Juventude abriu as inscrições.

“Disse para a minha que queria aprender a tocar violino. Estou na quinta aula e está sendo muito legal. Estou gostando muito”, contou.

O professor Emanuel Rodolfo Andrade disse que a aluna é aplicada. “Ela aprende rápido, é disciplinada, a gente fala uma vez e ela já consegue fazer”, afirmou.

Maria Eduarda disse que em casa fica treinando. Mas o curioso é que ela não tem violino. Indagada como treina sem instrumento, respondeu: “Não tenho violino, mas finjo que tenho um, e uso a caneta como arco, como o professor ensinou”, relatou.

As aulas iniciais já construíram na cabeça de Maria Eduarda sonhos promissores. “Quero aprender e tocar para várias pessoas, tocar numa orquestra e ser muito famosa. Mas para isso preciso aprender muito, prestar muita atenção nas aulas”.

Baseado na própria experiência, o professor Emanoel Andrade disse que utiliza nas aulas uma metodologia de fácil compreensão para as crianças. É que ele também iniciou as aulas de violino quando tinha dez anos.

“Melhora a vida em tudo. Ajuda no aprendizado da escola, porque a música também é matemática, exige disciplina, desenvolve a cognição. Eu sou apaixonado pela música e fico emocionado quando eles aprendem”, enfatizou.

Natural da Venezuela e há três anos no Brasil, ele conta emocionado que o fato de ser músico ajudou muito quando teve que viver na condição de migrante.

“A música é universal e sempre me ajudou. Agradeço muito à minha mãe e a Deus por ter me tornado um músico. Quando cheguei ao Brasil, foi a música que me salvou, pois arranjei logo emprego como professor”, disse emocionado.

Marilena Freitas

 

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