Alunos com surdez passam a ser atendidos em quatro escolas polo de Boa Vista

A ideia é reunir estes alunos, promovendo a inclusão e maior interação no ambiente escolar. – Fotos: Andrezza Mariot

Com o objetivo de ampliar e fomentar ainda mais a Educação Bilíngue para os alunos com surdez, a Prefeitura de Boa Vista implantou o projeto de Escolas Polo para a modalidade de ensino na rede municipal. Quatro unidades assumiram a missão de atender com maior eficiência os 30 alunos matriculados na rede: Escola Newton Tavares (Calungá), Ana Sandra (Cidade Satélite), Emília Rios (Cidade Satélite) e Luiz Canará (Senador Hélio Campos).

Na Educação Bilíngue, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é a primeira língua oficial e o português é considerada a segunda, na modalidade escrita. A iniciativa vai fortalecer ainda mais o trabalho inclusivo que já é desenvolvido na capital desde 2014. Além de serem polos do ensino bilíngue, estas escolas promovem encontros e formações com profissionais, professores de Libras e até familiares destes alunos. Além disso, as interações linguísticas da cultura surda está presente na sala de aula e nos demais ambientes das unidades.

A gerente de Educação Especial do município, Ana Paula Pinheiro, explicou que no ato da matrícula estes alunos já são encaminhados para estas unidades. A ideia é reunir o maior quantitativo de alunos surdos, para que tenham momentos de interações e comunicação entre eles no mesmo ambiente escolar. Distância não é problema, pois todos contam com o serviço de transporte escolar na porta de casa na ida para a escola e no retorno também.

“Antes tínhamos um aluno por escola e hoje a gente já reúne até dois ou três alunos surdos na mesma sala de aula. Isso ajuda no ensino da língua de sinais. Trabalhamos a Libras como a primeira língua, com o serviço dos nossos professores especializados e os demais alunos. Todos estão incluídos dentro da sala de aula normal. A ideia é aumentar o quantitativo de alunos surdos no mesmo ambiente escolar, o que facilita a comunicação, a interação e o aprendizado dessas crianças”, explicou.

Nestas escolas é possível ver a língua brasileira de sinais presente em todos os setores, o que facilita a comunicação dos alunos surdos. Na Escola Municipal Luiz Canará, por exemplo, são atendidos em torno de 10 crianças com surdez. Para o professor de Libras, Miquéias Ambrósio, o desafio é grande, mas a satisfação é maior ainda em poder contribuir com o trabalho da educação bilíngue para surdos em Boa Vista.

“Concretizar a ideia da escola polo é um ganho na história da educação dos surdos em nosso país. Um surdo, historicamente, busca alguns acessos a bens culturais e a educação é um deles. Hoje no município eles passam a ter essa possibilidade de uma educação bilíngue de qualidade. A implementação deste projeto, surte diversos efeitos como a inserção do surdo na escola, proporciona essa interação linguística fazendo com a criança ouvinte passe a ter acesso à cultura surda”, declarou Miquéias.

Desde 2014, prefeitura promove a inclusão do aluno surdo nas escolas municipais

A Educação Bilíngue para surdos está na Lei Brasileira de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) como uma modalidade de ensino independente. Iniciou na rede municipal em 2014, buscando qualidade de ensino para pessoas com deficiência auditiva. Dessa forma, a prefeitura garante o acesso e a permanência, com a atuação dos professores de Libras, tornando o ambiente escolar propício a aprendizagem.

O projeto de escolas polo só veio reforçar este ensino na rede. Para implantação a prefeitura contou com o apoio dos pais dos alunos, da Associação de Surdos de Roraima, e dos professores. Hoje o município atende 33 alunos surdos e conta com 22 professores de Libras atuando na sala de aula, em parceria com o professor titular.

Ceiça Chaves

 

 

Veja também

Topo