Assentados são beneficiados com títulos e casas subsidiados em Roraima

Rosilene Pereira Brandão e o esposo, Flávio, na casa que receberam do Incra no assentamento Cupiúba: “Com o valor que vamos pagar pela casa, a gente não compra nem as telhas”. – Fotos: Divulgação

Rosilene Pereira Brandão é assentada do Incra no lote 04, vicinal 29, do projeto de assentamento Cupiúba, localizado no município de Caracaraí, em Roraima. Ela é uma das 67 famílias que, na última semana, receberam as chaves de uma casa em alvenaria, que custa R$ 34.000,00, financiada pelo Crédito Instalação na modalidade Habitacional.

“Com o valor que vamos pagar pela casa, a gente não compra nem as telhas”, disse, ao entrar no imóvel, construído ao lado de uma moradia precária de madeira, onde vivia com o marido, Flávio Ferreira Alves, e a filha de 10 anos. A nova casa de Rosilene tem banheiro interno, dois quartos, sala e cozinha americana, instalação elétrica, hidráulica e sanitária.

“Se ela pagar o crédito dentro do prazo de três anos, vai devolver apenas 4% do valor da casa, o que equivale hoje a R$ 1.360,00. É um subsídio concedido pelo governo federal para que os assentados da reforma agrária consigam não só produzir a terra, mas ter condições dignas de vida”, destacou o superintendente do Incra em Roraima, Antônio Adessom Gomes dos Santos.

Em todo o Estado, 220 famílias estão sendo beneficiadas com o Crédito Habitacional e deverão receber as chaves dos imóveis até o final do ano, um investimento que soma R$ 7.480.000,00.

Propriedade da terra

Maria de Fátima Guimarães foi beneficiada com a casa e o título e não vai pagar pela terra

Além das casas, ao longo da semana, o Incra também entregou 157 títulos definitivos e 58 Contratos de Concessão de Uso (CCU), para agricultores familiares dos assentamentos Samaúma e Vila Nova, em Mucajaí; União, Caxias e Seringueira, todos situados no município de Cantá.

A maioria dos títulos foi entregue sem ônus para os agricultores, ou seja, não há necessidade de pagar pela terra, pois o governo federal garante isenção para os lotes de até um módulo fiscal, que em Roraima correspondem a 80 ou 100 hectares, a depender da região do Estado em que se encontra o imóvel.

“Mas os beneficiados precisam registrar o título em cartório, para ter a garantia da propriedade da terra. É importante ainda esclarecer que o prazo para liberação das cláusulas resolutivas do título começa a contar a partir da data da assinatura do primeiro contrato do assentado com o Incra, que pode ser o contrato de assentamento ou de crédito, então a maioria dessas famílias que receberam os títulos estão na terra há mais de dez anos e já podem solicitar a certidão de quitação do imóvel e a liberação das cláusulas, para requerer a escritura do lote junto ao cartório”, explicou o superintendente.

Maria de Fátima Guimarães é uma das assentadas que não vai pagar pela terra e já adquiriu o direito à liberação das cláusulas resolutivas, pois está há 19 anos no lote de 48 hectares, localizado no assentamento Seringueira. “Recebi o título definitivo e a casa. Tô realizando um sonho, pois agora tenho a segurança de ser dona da terra e vou ampliar a produção”, afirmou. Ela mora com o esposo no lote, produz macaxeira, milho e cria peixe, galinha e porco.

Loide Gomes

 

 

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