Através de Oficina de Braille, alunos conhecem as metodologias de alfabetização para crianças com cegueira

Jogos educativos, máquina de Braille e contação de história tátil, fazem parte do processo de ensino da única aluna cega da Escola Municipal Raio de Sol. – Fotos: Andrezza Mariot

A Educação Especial e as políticas de inclusão são fortes marcas da gestão municipal. Bons exemplos são encontrados nas escolas de Boa Vista. É o caso da Raio de Sol (Nova Cidade), que está desenvolvendo o projeto Dedos que Leem: Desvendando o mundo através do Tato. Nessa segunda-feira, 27, uma Oficina de Braille demonstrou aos demais alunos como é o processo de alfabetização para deficientes visuais.

Uma das alunas do 2° Ano do Ensino Fundamental, a Larissa Victória, 7 anos, tem cegueira congênita, e tem sido a fonte de inspiração para a escola promover mais ações inclusivas, que possibilite a sua interação social. Através da oficina, os demais alunos passaram a entender melhor como Larissa aprendeu a ler e a se desenvolver através do sistema Braille.

“Foi desafiador receber uma aluna com cegueira. É uma alegria enorme quando consegui junto com a professora de Braille alfabetizá-la, a ensinar a ler, e a entender todas as matérias que compõe o processo de alfabetização. Hoje, a aluna diz o quanto gosta de vir para escola. Aqui todos se respeitam e ajudam a Larissa” disse a professora de sala, Evirlandia Monteiro.

Na oficina, os alunos não apenas observaram, mas fizeram questão de vivenciar e ajudar na produção de brinquedos pedagógicos. Toda a oficina foi montada para a linguagem de Braille, com a ajuda das educadoras e dos alunos. A escola conta ainda com diversos jogos educativos, máquina de Braille e contação de história tátil, o que acelerou o aprendizado da aluna.

Jogos educativos, máquina de Braille e contação de história tátil, fazem parte do processo de ensino da única aluna cega da Escola Municipal Raio de Sol. – Fotos: Andrezza Mariot

“Vivemos em harmonia em sala de aula. Foi possível ajudá-la a escrever um livro tátil, onde envolvemos a Selvinha Amazônica e a história de três alunos. A integração não é apenas entre jogos lúdicos. Em dois anos já conseguimos desenvolver esse primeiro livro todo em código Braille que será lançado em agosto com o nome Colossal Jacaré”, disse a professora de Braille, Neiva Nascimento.

O trabalho em conjunto das educadoras Evirlandia e Neiva, é fundamental para esse processo de inclusão. “Como gestora da escola, acompanho de perto o trabalho das professoras, que juntas criam cronogramas de alfabetização, não apenas para a Larissa, mas sempre integrando outras turmas. Agora, temos até alunos que já conseguem ler em Braille” disse a gestora Adaize Rosas.

Educação Braille

Desde 2018, este método de ensino começou no município. Surgiu da necessidade de efetivar a inclusão do aluno cego por meio do sistema Braille de ensino, tornando-o mais autônomo dentro e fora do ambiente escolar. Hoje, cinco profissionais atuam na rede, atendendo seis crianças com cegueira na sala de aula, em parceria com o professor titular.

Karina Mota

 

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