O movimento nas duas unidades da Escolegis, dos bairros Liberdade e Santa Luzia, foi intenso no final da tarde desta segunda-feira, 6, por conta do início das aulas do preparatório para o concurso público da Guarda Civil Municipal. E para satisfação dos concurseiros que moram a noroeste de Boa Vista, uma parceria com a Setrabes (Secretaria de Bem-Estar Social) possibilitou estender as aulas para o residencial Vila Jardim no bairro Cidade Satélite.
No total 370 alunos estão matriculados e há uma extensa lista de espera. Deste total, 200 são da Escolegis do Liberdade, 100 do Santa Luzia e 70 no Centro de Atendimento Social do Vila Jardim. Serão 40 dias de aulas, de segunda a sexta-feira, das 18h às 22h
A presidente da Escola do Legislativo, deputada Catarina Guerra (União), foi a todas as unidades dar as boas-vindas aos alunos e desejar sucesso nas provas. “Viemos de perto acompanhar e recepcionar os nossos alunos. A expectativa está sendo muito positiva para a aprovação em massa dos nossos alunos, que estão sendo qualificados, preparados para terem êxito nesse concurso. As aulas são incentivos, porque nossos professores são altamente qualificados, aptos a darem as aulas. A gente finaliza esse acompanhamento desse início de aula com muito sucesso, com salas cheias, para poder garantir esse ensinamento tão aguardado”, disse a presidente.
As aulas ministradas no CAS contaram com a articulação política do deputado Lucas Souza (Pros). Ele destacou que é frequentador do Vila da Jardim e que os amigos já haviam pedido para ele levar a Escola do Legislativo para os moradores que vivem na localidade.
“É um grande sonho meu ver o Vila Jardim sendo contemplado com os cursos da Escolegis. Agora com o mandato parlamentar, conversei com a deputada Catarina, que se sensibilizou com a nossa causa e agora a Escola está de fato aqui, com esse curso preparatório. Quem vai ganhar é a população tão carente, mais de 15 mil pessoas, que terão acesso a esse serviço da Escolegis”, explicou o parlamentar, ao dizer que esse é o início de uma grande parceria entre a Assembleia Legislativa e o Governo de Roraima.
Inscrito no intensivão do Liberdade, Felipe Domingos de Souza, 22 anos, é mecânico de caminhão e está apostando que uma das vagas deste concurso será dele. Imaginando que seriam concorridas as vagas oferecidas pela Escolegis, ele resolveu fazer plantão para ser um dos primeiros a se inscrever.
“No dia que iniciaram a inscrição, assim que deu meia-noite tentei me inscrever, mas ainda não estava liberado. Voltei a acessar o sistema uma hora da madrugada e consegui me inscrever. Os cursinhos estão muito caros, ainda mais para quem ganha um salário-mínimo. É meu sonho ser servidor, porque em empresa privada não se tem estabilidade. Além do mais, desde pequeno gosto da área militar”, contou Domingos.
Também do Liberdade, a supervisora Mônica Correia, 28 anos, disse que a carreira militar é uma profissão de família e ressaltou que a iniciativa da Escolegis é um alento para quem não tem condições de pagar um curso preparatório. “Sempre foi meu sonho, meu pai é militar e eu gostaria muito de seguir a carreira dele. Acordei muito cedo para conseguir essa vaga. É muito interessante essa oferta para jovens que não têm condições de pagar um cursinho preparatório, já que é bem concorrido. Acho interessante a inclusão de jovens de baixa renda que possam ter acessibilidade a professores ótimos, de qualidade que a Assembleia Legislativa oferece”, disse.
O professor de Português, Peterson Silva, alertou aos alunos para a importância da disciplina na hora da prova. “A língua portuguesa assume a liderança entre as principais questões do concurso. A ideia é trabalhar os principais assuntos, mais recorrentes em prova. Nós, professores, que já temos uma experiência uma longa, conseguimos mapear pressupor o que vai aparecer em cada uma das questões, então o nosso foco é o mais objetivo possível, numa metodologia que facilite e favoreça o aprendizado”, explicou o professor.
A professora Gislayne de Deus, de Direito Administrativo, disse que vai trabalhar toda a parte que a banca pediu e resolução de questões “O nosso diferencial é trazer para os alunos as questões que a banca vai cobrar. Vamos trabalhar matéria em cima disso, porque daí eles estarão preparados de acordo com que a banca quer”, disse, ao destacar que durante as aulas os alunos receberão dicas e macetes.
“Mas é importante fazer a revisão em casa. Não adianta vir só para o cursinho e pegar a matéria. A revisão tem que ser feita, porque vai fixar tudo aquilo que aprendeu durante a semana”, ressaltou Gislayne.
O diretor da Escolegis, Brenno Carvalho, foi enfático ao avisar aos alunos sobre os critérios para continuar na turma do preparatório. “Essa primeira semana é de adaptação dos alunos, mas na semana seguinte, quem tiver mais três faltas será suspensa a inscrição. Temos um grande número de alunos na lista de espera que pretende fazer o preparatório da guarda municipal. Os que faltarem serão substituídos”, avisou.
Parceria
A secretária de Bem-Estar Social, Tânia Soares, disse que a proposta do deputado Lucas Souza, em levar a Escolegis para o Vila Jardim, está em consonância com as atividades que são realizadas no CAS.
“Aqui é tão distante do centro da cidade que acaba impossibilitando adolescentes e crianças participarem de muitas atividades. A proposta da parceria Assembleia Legislativa com o Governo do Estado por meio da Setrabes e Secretaria de Educação é muito forte, no sentido de estarmos juntos para desenvolver outras atividades”, disse, ao detalhar que o local foi pensado para funcionar durante 24 horas, de domingo a domingo.
Tânia disse acreditar que todo esse planejamento vai acontecer a partir desta parceria. “Esse é um espaço acolhedor que está aberto para várias parcerias. Vejo que é possível ampliarmos com outros projetos da Assembleia e vamos unir forças, saberes, recursos e ideias que possam trazer grandes projetos sociais para o Residencial Vila Jardim Jardim”, explicou.
O secretário adjunto de Educação, Alexandre Semaias, afirmou que a instituição entra na parceria cedendo “os materiais permanentes, que são os imobiliários para professores e os alunos, e demais materiais que se fizerem necessários para levar esse benefício, que é qualificação profissional e os cursos preparatórios para moradores do Vila Jardim”.
Marilena Freitas