Há pouco mais de duas semanas funcionando, o Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista da Rede Municipal de Ensino chegou para fortalecer a assistência aos alunos com autismo, atendidos nas escolas municipais. As atividades já foram iniciadas e têm feito a diferença na vida de dezenas de crianças e suas famílias.
Os alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), atendidos no Centro, são encaminhados pelas próprias escolas, de acordo com sua necessidade. Essas crianças já contam com os chamados Atendimentos Educacionais Especializados (AEE), nas Salas de Recursos Multifuncionais, presentes em 67 escolas municipais. Tudo coordenado por profissionais especialistas em Educação Especial.
O prefeito Arthur Henrique destacou o compromisso em investir, cada vez mais, na educação especial do município, que já é reconhecido por suas boas práticas de inclusão. “É uma forma de fortalecer, ainda mais, a nossa rede de apoio, tanto para os autistas como também para seus familiares. Nossas crianças com TEA merecem acompanhamento e uma assistência de qualidade, que garanta seu desenvolvimento. Com o Centro, estamos reforçando o trabalho que já é feito nas nossas escolas”, disse.
Encaminhamento
Nas Salas de Recursos Multifuncionais é feito o trabalho de acompanhamento e criação de recursos para o desenvolvimento de suas habilidades e potencialidades específicas. Esses profissionais também auxiliam na identificação das necessidades específicas de atendimento dos alunos para o Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista, como explicou a secretária adjunta de Educação, Meiryjane Gomes.
“Muitos pais têm nos procurado, buscando vagas para que os filhos sejam atendidos no Centro. Porém, só quem pode fazer esse encaminhamento é a própria escola onde a criança é atendida. Hoje, contamos com 128 professores especialistas na área de Educação Especial, que por meio dos AEE, desenvolvem métodos direcionados a cada caso. Eles também são responsáveis por fazer essa análise de quais alunos, de fato, necessitam de atendimento no Centro”.
Olhar especial
Joelma Pereira é mãe do pequeno Marcos Viny, de 5 anos. Ela contou que, há seis meses, o filho, que estuda na Escola Municipal Tia Linda, passou a ser atendido na Sala de Recursos Multifuncionais e que recentemente ingressou no Centro, mediante encaminhamento da escola.
“Em poucos meses sendo atendido na Sala de Recursos Multifuncionais já percebi uma nítida evolução de comportamento. A linguagem dele melhorou muito, a socialização com os coleguinhas. Porém, a escola viu a necessidade de ele ser atendido aqui no Centro e fiquei muito feliz, pois estamos tanto ele, quanto eu, estão sendo muito bem acolhidos”, explicou.
CMIEE
Além da nova unidade e da assistência oferecida nas Salas de Recursos Multifuncionais, o município conta também com o Centro Municipal Integrado de Educação Especial (CMIEE) que segue as mesmas diretrizes, ou seja, funciona através de encaminhamento, feito pelas escolas.
Porém, além dos autistas, o CMIEE atende alunos com outras deficiências, que contam com uma equipe multidisciplinar de pedagogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, psicólogos e fonoaudiólogos.
Atualmente, encontram-se matriculados e em atendimento na unidade, cerca de 220 alunos nos turnos matutino e vespertino. Outro diferencial CMIEE é que, além de alunos da Rede Municipal, são atendidas crianças da Rede Estadual e de instituições privadas, com idade entre 2 e 14 anos.
Andreia Cristiane é mãe do Emanuel Nicolas, de 3 anos. Ele está entre as 118 crianças com TEA, atendidas na unidade. “Me sinto muito aliviada com essa assistência, pois como mãe, sei do potencial dele e torço para que se desenvolva da melhor maneira possível. Além disso, fico feliz com o acompanhamento que nós, mães, temos. Assistimos a palestras e recebemos acolhimento emocional, fundamental para lidarmos com o nosso cotidiano de mães atípicas”, contou.
Educação especial
Atualmente, são atendidos na Rede Municipal de Ensino 1.531 alunos considerados público-alvo, entre crianças com deficiência física, intelectual, auditiva e/ou visual, alunos com altas habilidades, sendo 784 autistas. Para isso, Boa Vista conta com 128 professores especialistas na área de educação especial, que além dos atendimentos ofertados, desenvolvem diversos projetos em parceria com a comunidade escolar na qual o aluno está inserido.
Marcus Miranda