Bacharelado em Agronomia: IFRR forma a primeira turma de nível superior do Campus Novo Paraíso

Cerimônia de colação de grau, ocorrida no último sábado, 20, diplomou nove agrônomos. Essa é a primeira turma de Agronomia do IFRR. – Fotos: Ascom/IFRR

O Campus Novo Paraíso do Instituto Federal de Roraima (CNP/IFRR), localizado no sul do estado, realizou, no último sábado, 20, a cerimônia de colação de grau de nove formandos do curso Bacharelado em Agronomia oferecido pela unidade. Essa é a primeira turma de agrônomos formados pelo CNP. Realizada no espaço cultural da unidade, a solenidade contou com a participação, além dos formandos e familiares, de professores do CNP e de representantes da Reitoria e das Pró-Reitorias do IFRR.

Entre os nove graduados está Natasha do Nascimento, de 30 anos. Ela, que é residente da Capital e mãe de dois filhos, precisou conciliar a vida de estudante com a maternidade. Viajava todas as segundas para a Vila Novo Paraíso, onde ficava no alojamento da unidade, e retornava para Boa Vista às sextas, para reencontrar os filhos. Foram dois anos nessa rotina, até o início da pandemia, quando as aulas passaram a ser remotas.

Natasha, filha da casa, pois também é egressa da primeira turma do curso Técnico em Agropecuária do campus, diz que a sensação de estar formada é inexplicável. “Dos 15 anos de existência do CNP, em nove deles eu estive aqui. Foram muitas barreiras, e agora é uma sensação de dever cumprido”, confessou a nova agrônoma, que planeja cursar mestrado e estudar para concursos.

Sávio Ferreira, de 26 anos, é mais um exemplo da verticalização do ensino no IFRR. Técnico em Agropecuária, também formado pelo CNP, já trabalha na área agrícola há três anos. Agora o novo agrônomo gerencia duas fazendas, que trabalham na produção de grãos, de bovinos de corte e de leite. Para o jovem, o primeiro graduado da família em um curso superior, a formatura é a realização de um sonho.

“Este é o resultado de cinco anos de esforço. A ‘ficha’ ainda não caiu, ainda estou sem acreditar. É um conjunto de emoções que não consigo descrever”, disse emocionado Sávio, que foi o orador da turma. Ele conta que precisou trabalhar no período de pandemia, indo morar no Município de Iracema, mas que, antes disso, também residiu no alojamento do campus. “Devo tudo ao IFRR e às pessoas que estão aqui. Conheci o instituto porque um professor foi até minha casa, na vicinal, e me apresentou o curso técnico […] A minha carreira e os ganhos pessoais eu devo ao CNP”, confessou.

Em seu discurso, a diretora-geral do CNP, Vanessa Rufino, relembrou o início da implantação do curso. “Sonhamos juntos, demos as mãos e lutamos contra toda palavra contrária a ter um curso no CNP com duração de cinco anos. Foi a partir dessa primeira turma que vimos a ciência ser construída no campus e fortalecido o conhecimento científico para produzir e contribuir para o desenvolvimento social, regional e científico. Visualizamos o resultado de tanto conhecimento ao longo desses cinco anos de experiência. Somos testemunhas vivas do desenvolvimento intelectual dos alunos, que cresceram muito como pessoas e cidadãos”, disse emocionada.

Para a reitora do IFRR, professora Nilra Jane Filgueira, foi um dia histórico. “Hoje vocês estão escrevendo um capítulo importante da história da nossa instituição, pois são primeira turma de Agronomia do IFRR. Agronomia é a profissão do hoje, do ontem, do Brasil e de Roraima, que tem tanta vocação para o agro. Eu consigo imaginar quantas portas serão abertas daqui para frente, e o momento é de celebrar as conquistas oferecidas pela educação pública, gratuita e inclusiva que o IFRR oferece aqui no sul de Roraima”, declarou.

O curso de Agronomia do CNP foi implantado em 2018, depois de diversas consultas à comunidade. A turma, que iniciou com 35 alunos, enfrentou os anos de pandemia e teve de se adaptar às aulas em formato híbrido. Ao todo, o campus formou dez novos agrônomos, entre eles Ronielly Barbosa, que teve a colação de grau antecipada, em março de 2023, por ter sido aprovado em 1.° lugar para o mestrado em Agroecologia da Universidade Estadual de Roraima (Uerr), na linha de pesquisa escolhida. Com 25 anos de idade, Rony, como é conhecido, conta que está com as melhores expectativas para o curso e que tem muita gratidão pelos cinco anos vividos no CNP.

“O CNP me preparou para este momento! Os professores me ajudaram, contribuíram para meu preparo psicológico, currículo, escrita, dicção, apresentação […] Sinto-me preparado para enfrentar as dificuldades e contente por ter sido aprovado com uma boa colocação. Venho me preparando desde 2018 e fico feliz de trazer essa conquista para o campus”, disse o agrônomo.

Curso e Agronomia

Inserido no bioma amazônico, o curso forma profissionais com conhecimentos técnico-científicos e visão socioeconômica e política que lhe permitem atuar, de forma efetiva e eficiente, para o desenvolvimento local e regional, priorizando as políticas públicas para o campo, por exemplo, a pluriatividade e a segurança alimentar. O agrônomo pode atuar em produção e sanidade vegetal, zootecnia, solos, engenharia rural, manejo e inventário florestal, agroindústria, tecnologia de alimentos, entre outas áreas.

Bruna Castelo Branco

 

 

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