
A Defensoria Pública do Estado de Roraima (DPE-RR), por meio da Defensoria Especializada na Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres, agora conta com um projeto voltado ao fortalecimento da rede de atendimento social, com foco na igualdade de gênero e no enfrentamento à violência contra a mulher.
O “Iguais em Direitos” reúne oficinas práticas, exposições temáticas e momentos de troca de experiências, voltados à reflexão sobre as desigualdades entre homens e mulheres ainda presentes na sociedade.
A capacitação aborda temas como violência baseada no gênero, história da luta das mulheres, atuação da rede de proteção, serviços da Casa da Mulher Brasileira, sistema de justiça e o papel dos órgãos que atendem mulheres em situação de violência. A proposta é oferecer informações claras e ferramentas práticas para que esse conhecimento chegue até famílias, adolescentes e jovens atendidos nos territórios.
A capacitação foi direcionada a educadoras e educadores sociais dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) de Boa Vista, que atuam diretamente com famílias, adolescentes e jovens. A ideia é que esses profissionais possam multiplicar o conhecimento adquirido no dia a dia do trabalho social.

A defensora pública e titular da Defensoria Especializada de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher, Terezinha Muniz, explicou que a formação faz parte de um trabalho contínuo de fortalecimento da rede de enfrentamento à violência de gênero.
“No início do ano, iniciamos a capacitação dos jovens que participam das atividades dos CRAS e, ao longo desse trabalho, percebemos a importância de capacitar também os educadores sociais, que atuam diariamente com adolescentes, jovens e famílias. Essa troca de informações e experiências é fundamental, porque esses profissionais lidam, no dia a dia, com pessoas em situação de vulnerabilidade”, destacou.
Um dos destaques da programação foi a participação do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), com a abordagem do tema “O CREAS como parte da rede de atendimento às mulheres vítimas de violência”. A exposição reforçou a importância do acolhimento, do acompanhamento e do encaminhamento adequado dos casos, além da atuação integrada entre os serviços.

Para Emily Barbosa, participante do projeto Crescer e instrutora de oficina, a formação amplia o alcance das ações desenvolvidas nos territórios.
“O acesso à informação é essencial. Aqui pude me aprofundar em temas que eu conhecia pouco, o que contribui diretamente para o trabalho com jovens e adolescentes de 14 a 21 anos. Esse conhecimento fortalece nossa atuação nos projetos e gera benefícios tanto para os profissionais quanto para os jovens e para a sociedade”, afirmou.
A educadora social Daniela Arruda também destacou a importância da capacitação para o trabalho com adolescentes.
“É importante conhecer bem os direitos das mulheres porque todos os dias a gente trabalha com adolescentes que estão se desenvolvendo e temos que educá-las sobre os direitos e quais órgãos procurar em caso de violência”, afirmou.
A secretária adjunta da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social da Prefeitura de Boa Vista, Amanda Rosas, ressaltou que a iniciativa contribui diretamente para a atuação dos profissionais da assistência social.

“A gente já trabalha com violência contra mulheres, crianças e adolescentes. Essa parceria com a Defensoria só incentiva os nossos educadores a poder dar informações mais precisas e, assim, tentar reduzir essa porcentagem tão alta de violência contra as mulheres”, afirmou a secretária adjunta.
A capacitação contou ainda com apoio da Patrulha Maria da Penha, que apresentou o aplicativo “BV Protege”, e com a participação da Casa da Mulher Brasileira, que explicou os serviços disponíveis na rede de atendimento e proteção à mulher.
“Não abordamos só sobre a lei Maria da Penha, mas também sobre o que é violência baseada no gênero e a rede de atendimento e de promoção e de defesa dos direitos das mulheres. Eles poderão elaborar oficinas para trabalhar com o público-alvo. Então, eu vejo que essa atividade é muito importante para a gente reduzir índices de violência”, disse a defensora Terezinha.

