Capital da Primeira Infância: Boa Vista, a cidade que pensa no futuro das crianças

As ações de hoje contribuem no desenvolvimento infantil para a formação de adultos mais confiantes e com mais oportunidades. – Fotos: Semuc/PMBV

Há 10 anos, Boa Vista é pensada e projetada para promover o desenvolvimento integral das crianças em sua fase mais importante, a primeira infância. Hoje as praças têm selvinhas amazônicas e fontes interativas, escolas com playgrounds e espaços lúdicos, postos de saúde e demais prédios públicos que oferecem cantinhos especiais para as crianças. Tudo isso, evidenciando a política implementada desde 2013 com a criação do Programa Família que Acolhe.

Esse processo de transformação da cidade se fortaleceu ainda mais por meio de várias parcerias importantes, entre elas a Fundação Van Leer e AVSI Brasil. Através do projeto Urban95, as instituições incluíram novas estratégias sobre a perspectiva de bebês, crianças pequenas e seus cuidadores na mobilidade urbana, como também nos programas sociais e serviços públicos.

Boa Vista, uma das cidades pioneiras a compor a rede Urban 95

Segundo a secretária municipal de Projetos Especiais (SMPE), Andréia Neres, a partir do olhar da iniciativa Urban95 foram qualificadas e implementadas diversas intervenções na cidade levando em conta a altura média de uma criança de até 95cm. O projeto Caminhos da Primeira Infância, é um exemplo disso, e hoje está presente nos bairros Nova Cidade, Cidade Satélite e Paraviana.

“As praças tornaram-se espaços de mais convivência e interação entre pais e filhos com a implantação das Selvinhas Amazônicas, fontes interativas e playgrounds modernos. Houve também um importante investimento em tecnologia que possibilita à gestão municipal gerenciar os dados da política pública da Primeira Infância e tomar decisões baseadas nessas evidências”, disse a secretária.

Ainda de acordo com a secretaria esta parceria tem fortalecido o trabalho de Primeira Infância em Boa Vista. O município já contou com apoio de 20 instituições importantes no Brasil e no mundo. O objetivo de todos estes esforços é tornar Boa Vista uma cidade cada vez mais amigável para as crianças e suas famílias.

Segundo a gerente especial da AVSI Brasil, Débora Davies, com a parceria da Fundação Van Leer, Boa Vista foi uma das três cidades pioneiras a compor a rede Urban 95 e hoje o projeto atua em 27 cidades brasileiras. A instituição faz a gestão dos recursos aplicados na Primeira Infância, além de ajudar a implementar essas iniciativas com a prefeitura.

“Nesse primeiro ciclo do projeto que vai até 2023, desenvolvemos 14 ações em Boa Vista. Sempre dentro dos quatro eixos da Rede Urban 95, que é tomada de decisão em dados, espaços públicos em natureza, mobilidade para as famílias e utilização de serviços. Trabalhamos junto com a prefeitura na descentralização do FQA, dando todo o suporte em melhorias no sistema Cidade Social e na capacitação de servidores”, explicou.

Um programa que foi plantado e hoje colhe bons frutos

As intervenções urbanas com foco na Primeira Infância foram priorizadas após a criação do Programa Família Que Acolhe (FQA) em 2013, que garante o desenvolvimento integral das crianças a partir de ações intersetoriais, com o envolvimento de 17 secretarias. E dentre essas obras arquitetônicas que a criançada aproveita bastante em Boa Vista, estão as 13 praças com 14 Selvinhas Amazônicas e algumas com fontes interativas.

Os enormes brinquedos como araras, papagaios, macacos, tucanos, camaleões, dentre outros da fauna, buscam conectar as pessoas com a natureza e trazer um conceito de brincar com intencionalidade, explorando o espaço, fortalecendo os vínculos familiares e promovendo a interação social da criança com as outras.

Só no Parque do Rio Branco, são mais de 160 brinquedos interativos. As escolas e creches da rede municipal também estão inseridas no projeto. São espaços cheio de cores, modernizados e climatizados, que oferecem ferramentas pedagógicas e didáticas, além de áreas recreativas que deixam as crianças no ambiente mais confortável e ajudam a estimular o aprendizado.

Os abrigos de ônibus se tornaram temáticos com a proposta de incentivar mudanças de comportamento e refletir a sociedade sobre as políticas públicas da primeira infância, envolvendo elementos lúdicos e de acessibilidade para os pais interagirem com os filhos.

O roraimense Carlos Daniel Gomes, de 28, passou três anos morando em Florianópolis/SC, mas decidiu voltar com sua família para Boa Vista há um ano e meio. Agora, ele aproveita com o filho Elon Daniel, de 3 anos, tudo o que a cidade tem a oferecer. Sempre que os dois têm tempo livre brincam nas praças.

“Eu vejo como um grande privilégio nossa capital ter essas estruturas de lazer para crianças, jovens, adolescentes e até mesmo para as famílias. Meu filho gosta de estar nesses ambientes que tem os animais da Amazônia. E faço questão de frequentar não apenas a Praça Ayrton Senna, como também o Parque do Rio Branco e Mirandinha”, afirmou.

Wandilson Prata

 

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