O Centro de Apoio à Família da Assembleia Legislativa (ALE-RR), em parceria com o Instituto Federal de Educação de Roraima (IFRR) e o Coletivo A Mais, reuniu pais, mães e filhos autistas na neste fim de semana para promover diversas atividades recreativas, como basquete, amarelinha, bambolê e pular corda.
O evento aconteceu neste sábado, 27, na quadra do IFRR. O diretor do Centro de Apoio, Ednaldo Coelho, que desenvolve um trabalho com as crianças e adolescentes que têm Transtorno do Espectro Autista (TEA), explicou que os momentos de lazer foram preparados com duas finalidades.
“Estamos no mês dos pais e esse evento é para confraternizar com toda a família. Ele tem dois vieses. Um é que elas pratiquem esporte. Mais que isso, pessoas com TEA geralmente têm dificuldade de interação social. Essa atividade é para que elas possam interagir com outras crianças e não somente no seio familiar”, disse, ao salientar que a parceria com o IFRR começou em junho, e em breve deve ser assinado um termo de cooperação técnica.
Cristiane Oliveira, professora do IFRR, ressaltou que a atividade é produto de projeto da coordenação de extensão do instituto.
“Essa atividade é resultado de outros eventos executados pelo Coletivo A Mais. O projeto é específico para esse público, famílias que têm pessoas com transtorno do espectro autista. Temos monitores que são acadêmicos do curso de Educação Física e uma parceria com a coordenação de esportes. Esse é um local em que todo mundo se entende”, explicou Cristiane.
A diarista Rozilda Araújo Sousa tem um filho autista de 15 anos, e a atividade, segundo ela, é importante para a socialização dos filhos e dos pais. “Querendo ou não, eles são muito excluídos, porque nem todo mundo aceita o jeito deles. Para mim, que sou mãe, meu filho é normal. Nesses encontros, a gente aproveita para conhecer outros pais e mães, conhecer a história de outras famílias e, no final, somos todos iguais. Esses encontros já mudaram muito a minha vida e a do meu filho”, contou.
José Luiz da Silva Neto tem 15 anos e há um mês está participando das atividades ofertadas pelo Centro de Apoio à Família. Aceitar ser entrevistado por uma equipe de reportagem já é um resultado positivo do trabalho desenvolvido pela equipe de multiprofissionais da instituição. Ele é favorável a mais tardes recreativas para os autistas.
“Gosto desse tipo de atividade porque assim posso me divertir e conhecer novas pessoas que também têm esse tipo de personalidade. Deveria ter mais atividades, uma ou duas vezes por semana, para reunir mais pessoas com TEA, porque assim poderia me exercitar muito mais e conversar com essas pessoas com autismo”, disse Luiz.
Marilena Freitas