Os programas sociais da Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR) promovem inclusão social não somente pelo fato de oferecerem atividades esportivas e culturais para integrar crianças, adolescentes, jovens e adultos, mas também por permitirem a participação de pessoas que têm alguma deficiência.
A zumba ofertada nas noites de terças e quintas-feiras no bairro Pedra Pintada pelo Centro de Convivência da Juventude levou ânimo para a comunidade desprovida de atividades gratuitas voltadas para a cultura, esporte e lazer.
Além disso, possibilitou que Eslyne Daniella dos Santos Ribeiro, adolescente com deficiência visual, se dedicasse a mais uma modalidade esportiva. Com todos os cuidados que a especialidade da jovem de 17 anos exige, o Centro de Convivência disponibilizou uma guia vidente para acompanhar a jovem durante as aulas.
Márcia Lima, mãe de Eslyne, conta que ela dança por intuição. Quando soube que tinha zumba no bairro, se apressou para buscar uma vaga para a filha. “Tem lugares que não a aceitam porque não há um vidente para acompanhá-la. Fiquei maravilhada quando a moça disse que iriam conseguir uma guia”, contou Márcia Lima.
Eslyne nasceu com retinopatia da prematuridade e, devido à falta de oxigênio, teve paralisia cerebral e retardo mental leves. Concluindo o terceiro ano do ensino médio, a jovem tem uma vida agitada. Ela canta em coral, toca teclado e percussão.
“As aulas de zumba são ótimas, principalmente porque, além de dançar, eu canto e brinco. Faço muitas coisas nessas aulas. Os professores são nota dez, eles me orientam a fazer muitas atividades que um deficiente visual, normalmente, não consegue fazer. No dia da dança, fico ansiosa, e na hora da aula, feliz porque é um sonho se realizando”, relatou Eslyne.
Rafaela Cristina Hollanda, professora que atua como vidente acompanhando Eslyne durante a aula, contou que é diferente e muito gratificante ser tutora de uma pessoa com deficiência.
“Sinto-me feliz e ao mesmo tempo surpresa. Feliz por poder proporcionar a igualdade, dando oportunidade de desenvolver o potencial dela, e, no caso de Eslyne, em especial, a dança permitirá que ela adquira consciência sobre o próprio corpo. Fiquei surpresa com a nova missão porque é bem desafiadora, pois é a primeira vez que tenho contato com um aluno deficiente”, disse.
A atividade está sendo útil não apenas para a comunidade do Pedra Pintada. Moradores do Residencial Monte Cristo aproveitaram para entrar em forma. Esse é o caso da professora Jéssica Costa Fernandes, 31 anos.
“Está sendo muito boa essa atividade aqui no Pedra Pintada porque fica próximo à minha casa, e facilitou a minha vida. Lá no Residencial, não tem um espaço como esse. Muita gente quer fazer uma atividade física, mas acaba desistindo porque não tem condições de pagar devido ao custo de vida estar muito alto e inviabilizar investir nessa parte. E para ter algo parecido com isso, tínhamos que nos deslocar para outros bairros, o que acabava se tornando oneroso e dificultava a locomoção, pois nosso bairro é mais distante”, ressaltou Jéssica.
A professora de ensino fundamental Lindalva Cassiano Nicácio da Silva, 55 anos, está morando no Pedra Pintada há um ano. A atividade chegou na hora certa, pois o médico dela já havia recomendado exercícios físicos para melhorar a saúde.
“Há dez meses, fiz uma cirurgia no coração e coloquei três pontes de safena. Recentemente, quando retornei ao cardiologista, ele disse que eu teria de praticar alguma atividade física. No dia da aula, chego bem cedo, antes de todos e fico aguardando porque a atividade física é tudo, e o sedentarismo traz muitas doenças”, considerou.
O professor de zumba João Pedro de Jesus informou que os alunos do Pedra Pintada são muito receptivos. “As aulas estão sendo muito gratificantes. A gente sente que está promovendo qualidade de vida porque é excelente a interatividade da comunidade. Essa boa comunicação já começa no nosso grupo de WhatsApp, quando eles sugerem músicas e ficam ansiosos. Estou muito feliz com essa interação”.
Vagas disponíveis
Quem quiser perder de 600 a mil calorias em uma hora de aula, basta passar no Polo do Centro de Convivência da Juventude, no bairro Pedra Pintada, na Rua Diamante, nº 1.227, às terças e quintas-feiras, para se matricular e fazer zumba. Ainda há vagas disponíveis e os interessados devem, no ato da matrícula, apresentar os documentos pessoais.
Marilena Freitas