A síntese da organização dos dados relacionais pode ser apresentada em uma figura. Isso significa que é uma possibilidade, que é viável que isso se já feito. Essa síntese tem a finalidade de apresentar uma visão panorâmica da tecnologia e os relacionamentos de seus componentes, mas sem discriminá-los, sem que estejam todos nominados, principalmente quando a tecnologia é complexa, como é o caso dos artefatos espaciais, como as sondas Perseverance e Curiosity. Aliás, nos casos extremamente complexos, a prática mostra que é feita uma síntese conceitual, em que a tecnologia é aparece completa, com suas partes mais salientes, e inúmeras sínteses executivas, em que cada parte e subparte é decomposta minuciosamente, para que se tornem visíveis todos os relacionamentos de suas peças para com os subcomponentes que integram. Essa minúcia é feita em camadas, partindo das mais simples e níveis mais elementares até as partes visualizadas nas sínteses conceituais. Esses dados organizados dessa forma permitem tanto a construção da tecnologia, quanto a sua constante melhoria e resolução de problemas que poderão vir a acontecer ao longo do tempo de uso. Como as formas de organização desses dados são inúmeros, para despertar a criatividade descreveremos quatro dos mais utilizados: fluxograma, diagramas de entidades e relacionamentos, estrutura analítica do produto (EAP) e modelos de equações estruturais.
Os fluxogramas, via de regra, são excelentes figuras representativas de processos; contudo, sua aplicação vai muito além desse tipo de realidade. Sua característica mais visível é a apresentação panorâmica do que e como determinada etapa do processo é realizado. Essa figura é composta de alguns símbolos que denotam as operações, que, na verdade, são as relações que um estágio mantém com o outro. Os retângulos representam a etapa do processo e o que é feito nela, como instalar uma peça X em um subcomponente Alfa ou calcular a taxa interna de retorno em um aplicativo financeiro. As etapas (retângulos) são ligadas às outras por uma seta, que denotam o sentido do fluxo, a sequência que precisa ser obedecida para que algo seja feito. Os losangos sempre representam uma decisão, com suas respectivas consequências, variando desde motivos dicotômicos do tipo sim/não para desdobramentos seriados. Por exemplo, uma decisão poderia ter como base a verificação da existência ou não de uma assinatura em determinado documento. Se sim, o caminho seria um; se não, o fluxo seria outro. Há símbolos para processos alternativos, armazenar dados, operação manual, agrupamento, mesclar e inúmeros outros.
Os diagramas de entidades e relacionamentos (DER) são um tipo particular de fluxograma, com aplicação muito difundida entre os profissionais de tecnologia da informação. Esse tipo de representação mostra como pessoas, objetos, conceitos, produtos, serviços e inúmeras outras “entidades” se relacionam e se conectam. O que caracteriza esse tipo de organização de dados relacionais é a possibilidade de visualizar a panorâmica de uma proposta de software ou produto dessa natureza antes que ele seja materializado. Sua aplicação é tão importante porque prevê os diferentes bancos de dados que precisam ser criados e as formas através das quais os dados serão utilizados pelas diferentes entidades a partir de diferentes esquemas relacionais. Os relacionamentos podem ser do tipo 1..1 (relacionamento um para um), onde um bloco de dados se relaciona apenas com um outro; 1..n (um para muitos), onde o ponto de partida é único, mas os pontos de chegada são variados; e n..n (muitos para muitos), com uma chave composta ligada a chaves primárias de outras tabelas.
A EAP é, originalmente, uma representação estrutural. Enquanto tal, aparecem apenas os componentes da tecnologia que se pretende construir. Contudo, quando se anotam as funções de cada um de seus componentes e registram-se as consequências de cada uma delas, tem-se uma figura representativa dos impactos ou relações que uma função causa em um ou vários componentes ou subcomponentes daquele artefato. Há a possibilidade de se sintetizar os dados em uma EAP panorâmica, onde aparecem apenas a tecnologia, seus principais componentes e função essencial de cada um deles, assim como em inúmeras outras figuras sintetizadoras executivas, cuja finalidade é mostrar os relacionamentos internos de cada componente, desde o nível mais primário até o mais global. É possível, também, que essas figuras sejam animadas, com os mais modernos recursos informacionais e computacionais, em que uma figura panorâmica seja explodida em seus componentes principais, em seguida, novamente explodida em um determinado componente principal e assim sucessivamente até a dimensão da peça ou componente singular, cada qual com o relacionamento para os níveis mais elevados ou mais inferiores.
Os modelos de equações estruturais são, quase sempre, produtos de estudos empíricos. Originariamente do campo científico, cuja missão era a de testar teóricas, tem sido muito utilizado no campo tecnológico para aferir com elevado grau de acurácia tanto a validade quanto consistência dos componentes internos de um determinado fenômeno ou grupo de fenômenos. As figuras utilizadas nessa forma de organização de dados mostram os relacionamentos entre os componentes (itens) e seus agrupamentos (fatores), assim como entre os fatores. Eles são uma forma de se testar matematicamente a consistência do que foi percebido na prática, facilitando e acelerando o processo de inovação.
O resultado dos esforços de organização de dados relacionais é sempre a confecção de figuras que possibilitem ver de antemão os relacionamentos que os componentes de determinada tecnologia precisam ou podem ter. Geralmente elabora-se uma representação panorâmica, enquanto figura conceitual, e várias representações mais detalhadas, chamadas figuras executivas. Essas figuras serão a base que os cientistas utilizam para a confecção dos protótipos e os consequentes esforços de testes/retestes, ajustes/reajustes, até que a tecnologia seja considerada finalizada e pronta para ser utilizada.