A praça é um local de lazer, mas também de observação. E foi o Complexo Ayrton Senna, no Centro de Boa Vista, o local escolhido para propagar informações sobre os perigos do tráfico de pessoas e o trabalho preventivo e de acolhimento às vítimas, promovido pelo Programa de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania (PDDHC), da Assembleia Legislativa, na noite deste domingo, 30.
“A praça, de um modo geral, é um local de movimento. Muitas vezes nessa praça é onde estão os observadores, os pedófilos, aquele que quer ver a vulnerabilidade do outro e tem tempo de fazer o estudo, está inserido nesse local e passa despercebido. Depois volta para fazer o seu ‘trabalho’”, ressaltou a diretora do PDDHC, Socorro Santos.
O dia 30 de julho foi escolhido pela ONU (Organização das Nações Unidas) como marco para conscientizar pelo enfrentamento ao tráfico de pessoas e a aprovação do Plano Global de Combate ao Tráfico de Pessoas, em julho de 2010. De acordo com dados do Disque 100, número para denúncias de violações de direitos, mais de 300 casos de tráfico humano foram registrados de 2020 a 2021.
As equipes abordaram quem passeava pelo local, apresentaram as informações sobre tráfico humano e canais de denúncias, os questionamentos eram respondidos e cada um saia com material gráfico, na cor azul, símbolo da campanha internacional.
Para o estudante Enzo Gabriel, a campanha foi novidade. “Acho muito importante falar sobre isso porque a exploração é crime, todos nós somos iguais, todos nós temos a liberdade para trabalhar e termos nosso próprio dinheiro”, disse.
A costureira Silmara Alves, conhecida como Gauchinha, acolheu as informações e garantiu que vai repassar os conhecimentos para outras pessoas, pois reconhece a necessidade de ações sociais em prol de quem está vulnerável. “Aqui no nosso Estado vivemos uma situação delicada e esse trabalho preenche essa lacuna, de conscientização tão necessária”, pontuou.
Na última semana de julho, o Programa de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania intensificou os trabalhos de que tiveram como tema ‘Não se prenda na ilusão, sua liberdade vale mais’. Foram realizadas blitzes educativas, palestras para imigrantes e o II Seminário de Prevenção ao Tráfico de Pessoas, além de abordagens em rodovias com apoio de entes da rede de proteção e a culminância da campanha na noite deste domingo.
“A gente desenvolve um projeto de prevenção que ressalta o tráfico de pessoas e suas modalidades que atingem o nosso estado, principalmente trabalho escravo e exploração sexual, voltado para toda a população, incluindo imigrantes. Intensificamos nossas ações nessa semana e foi um sucesso”, complementou o coordenador do Centro de Promoção às Vítimas de Tráfico de Pessoas, Glauber Batista.
O PDDHC funciona na rua Coronel Pinto, nº 524, no Centro de Boa Vista. Para denúncias ou informações, os interessados podem entrar em contato pelo (95) 98402-1493. Além disso, casos de violação de direitos humanos podem ser denunciados no Disque 100, no 180 (Direitos Humanos), 181 (Polícia Civil), 191 (Polícia Rodoviária Federal).
Yasmin Guedes