Dialogar com o governo federal e os parlamentares da Região Norte é um dos próximos passos da Comissão de Viação, Transportes e Obras da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) sobre a intrafegabilidade da BR-174, tanto em direção ao Norte quanto ao Sul de Roraima. A deputada Angela Águida Portella (PP) usou a tribuna nesta terça-feira, 21, durante a sessão plenária, para falar do trabalho do grupo técnico e as condições da rodovia.
A deputada é a vice-presidente da comissão, composta pelos colegas Renato Silva (Pros) – presidente, Catarina Guerra (União), Neto Loureiro (PMB) e Joilma Teodora (Podemos), como membros. Angela Águida relembrou que no dia 11 deste mês, a comissão percorreu o trecho sul da rodovia e detectou ponto a ponto os buracos, atoleiros e áreas críticas. “Não são apenas estradas em condições ruins, trata-se de trechos intrafegáveis”, descreveu a parlamentar.
No dia 13, em Manaus (AM), os parlamentares apresentaram as condições da BR, em especial, o trecho de pouco mais de 120 quilômetros que cruza a Terra Indígena Waimiri-Atroari, ao senador Eduardo Braga (MDB). Na reunião, a comissão entregou o relatório técnico que aponta os problemas da rodovia produzido pelo Laboratório de Engenharia do Ministério Público de Contas (MPC-RR).
Já no dia 14, o grupo técnico conversou com o presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, Roberto Cidade (União), e os demais deputados amazonenses. “Eles reconheceram a intrafegabilidade nessa rodovia para os dois estados. Nós sabemos que Roraima é responsável por vários produtos que são enviados para o Amazonas e o restante do Brasil. Ao mesmo tempo, contamos com o abastecimento do que é produzido pelo estado vizinho. Estamos correndo o risco de desabastecimento. É uma situação preocupante que afeta não só a esfera econômica, mas a parte social”, destacou a deputada Angela.
Em aparte, o deputado Renato Silva, que preside a comissão, destacou que o Norte do Brasil está esquecido pelo governo federal. “Temos a BR-319 e a BR-174, e tudo que vem para o Norte, como mercadorias, fica mais caro, pois a estrada destrói os caminhões, têm acidentes e não há segurança. É muito grave o que vem acontecendo e precisamos do apoio dos deputados federais de Roraima e do Amazonas. É necessário cobrar do Dnit [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes] e do governo federal um olhar especial para a nossa região”, reforçou.
O deputado Gabriel Picanço (Republicanos) também defende que os parlamentares dialoguem com outros atores políticos para mudar a realidade dos moradores que dependem da rodovia. “Nós temos que pedir apoio ao governo federal, aos nossos deputados, senadores e a todos que são representantes. Estamos juntos para defender Roraima”, disse o parlamentar.
Angela Águida sugeriu ao deputado Gabriel Picanço a realização de uma audiência pública ou uma reunião envolvendo todos os segmentos e os parlamentares dos estados da Região Norte, durante a programação do Parlamento Amazônico ou Unale (União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais).
Para o deputado Armando Neto (PL), o trabalho desenvolvido pela comissão com os outros atores vai beneficiar a população de Roraima e toda a Região Amazônica. “A comissão está de parabéns pela fiscalização, levantamento e a verificação in loco. Eu quero reforçar que, no fim do mês, iremos ter um encontro no Parlamento em Rondônia, para que possamos ter cooperação entre as comissões e discutir essa pauta em nível nacional”, adiantou.
Sobre levar essa pauta ao governo federal, a deputada Angela Águida informou que ela e o deputado Renato Silva telefonaram para o senador Hiran (PP). “Para agendar uma reunião com o ministro dos Transportes, Renan Filho, que provavelmente vai ocorrer semana que vem”.
A parlamentar concluiu o discurso na tribuna lembrando que nesta terça-feira se comemora o Dia Mundial da Síndrome de Down e convidou a população a participar de uma audiência pública sobre esse tema. A programação, promovida pela Comissão de Pessoa com Deficiência da ALE-RR, ocorre em 5 de abril.
“Neste encontro, discutiremos as necessidades, a inclusão, o atendimento e os direitos deste público, também das pessoas com autismo, TDAH [Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade] e outras condições neurotípicas”, informou a deputada, que preside a comissão.
Vanessa Brito
