Dia do Artesão: Mais que trabalho, uma relação de amor e um símbolo de resistência

Conheça histórias de quem dedicou a maior parte da vida a essa arte que atravessa gerações. – Fotos: Giovani Oliveira

O artesanato é considerado uma das artes mais antigas da humanidade, carregando em si valores culturais, que contam um pouco da história e da identidade de um povo. Apesar dos avanços tecnológicos, profissionais que atuam na área seguem resistindo e mostram que trabalhar com o que se ama é essencial para que essa arte se perpetue pelas próximas gerações.

Resistência

Um desses exemplos é o da Dona Juraci Vieira, uma das primeiras artesãs a chegarem no Centro de Artesanato Velia Coutinho, inaugurado em 12 de julho de 2003. Ela conta que começou na área após conhecer um grupo de artistas que trabalhava com cerâmica. Em seguida conheceu outros artesãos e fundou, em 2002, a Associação dos Artesãos Similares de Roraima. “Vendíamos nossos trabalhos em feiras que montávamos em praças da cidade”, disse.

Ela destacou que o artesanato também é parte de sua identidade, tendo em vista os anos de história trabalhando na área. “O artesanato na minha vida representa absolutamente tudo. Nós, artistas, enfrentamos sim certas dificuldades, porém a gente veste a camisa e resiste, por entender a importância dessa arte para a nossa cultura e por amarmos o que fazemos”, explicou.

Quem visita o ‘quiosque’ de Juraci, no Centro de Artesanato Velia Coutinho, encontra desde itens pequenos, como chaveiros a cestarias e cocares indígenas. “Tudo que vendemos hoje aqui é feito com matéria-prima da nossa terra, colhidas em natura. São peças únicas, produzidas com muito carinho”, contou.

Conquista

Ana Cláudia também atua no Centro de Artesanato Velia Coutinho e começou sua trajetória na área em Manaus (AM), trabalhando, junto ao marido, com madeira, sementes de jarina e açaí. Há sete meses, seu companheiro de vida a deixou e ela assumiu o comando da loja.

“Tudo que conquistei na vida, junto ao meu marido, é fruto de muito trabalho e muito amor por essa arte. Temos muito que nos orgulhar. O artesanato do norte é único, diferenciado e infelizmente as próprias pessoas daqui não valorizam tanto quanto o pessoal de fora”, revelou.

O Centro de Artesanato Velia Coutinho conta com quatro quiosques que possuem os mais diferentes tipos de produtos, todos feitos manualmente. O local fica no Complexo Ayrton Senna e funciona de terça a sábado, das 14h às 20h. Outra opção também é a Feira de Gastronomia e Artesanato do Parque do Rio Branco, que conta com 40 estandes, aberta de sexta a domingo, das 17h às 20h30.

Marcus Miranda

 

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