O inédito plano de enfrentamento às mudanças climáticas na terra indígena Raposa/Serra do Sol é uma das novidades a serem anunciadas no segundo encontro online dos Diálogos pelo Clima, promovido pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), sob o tema “Populações tradicionais, indígenas e quilombolas: alternativas econômicas, redes e reconhecimento do apoio na preservação”.
Elaborado pelo Conselho Indígena de Roraima (CIR), o plano será levado à discussão por Sineia do Vale, coordenadora do Departamento de Gestão Ambiental do conselho, nesta terça-feira, 12, às 19h. Ela debaterá com dois integrantes do Ministério Público: o procurador da República Fernando Merloto Soave, coordenador da Catrapoa (Comissão de Alimentos Tradicionais dos Povos no Amazonas); e a promotora de Justiça Lilian Braga, titular da 13ª Promotoria de Justiça de Meio Ambiente, Patrimônio Cultural e Habitação e Urbanismo de Santarém (PA).
“Está ‘no forno’ para sair”, anuncia Sineia, que, em 2014, organizou a primeira publicação indígena brasileira sobre a questão, “Amazad Pana’Adinham: percepção das comunidades indígenas sobre as mudanças climáticas”, baseada em outra reserva de Roraima, a Serra da Lua. Ela já incluía o estudo de percepção do impacto sobre sementes nativas.
O novo plano de enfrentamento conta com a tecnologia de um aplicativo de celular usado pelas comunidades indígenas locais para alertar e combater problemas fundiários e de desmatamento e emergências climáticas.
O Diálogos pelo Clima é uma iniciativa do Programa COPAÍBAS – Comunidades Tradicionais, Povos Indígenas e Áreas Protegidas nos biomas Amazônia e Cerrado – e tem o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) como gestor técnico e financeiro e a Iniciativa Internacional da Noruega pelo Clima e Florestas (NICFI), como financiadora.
