Egresso do IFRR é aprovado em duas das maiores universidades do País

Hubert Kaab Souza da Silva, de 18 anos, foi aprovado para a USP e a Unicamp. – Fotos: Ascom/IFRR

O egresso do curso Técnico em Informática do Campus Boa Vista (CBV) Hubert Kaab Souza da Silva, de 18 anos, foi aprovado para o curso de Ciências Sociais em duas das maiores universidades do País, a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Hubert escolheu ir para a Unicamp e já viaja nesta sexta-feira, 24, para Campinas (SP), onde ficará hospedado inicialmente na residência de uma família que acolhe estudantes de outros estados brasileiros, até que consiga ser contemplado com os auxílios dos programas de assistência estudantil ofertados pela Unicamp, como auxílio- moradia, auxílio-transporte, auxílio-alimentação, entre outros.

Com excelente nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Hubert poderia escolher ainda o curso de Direito na Universidade Federal de Roraima (UFRR), mas, por não se identificar com a área, optou por cursar Ciências Sociais, acreditando que será uma preparação para o tão almejado curso de Medicina.

Ex-aluno de escola militar, Hubert conta que planejou estudar no IFRR devido às oportunidades de atuação em pesquisas, pois sempre ouvia falar dos projetos desenvolvidos pelos alunos da instituição. “Vim para o Instituto Federal por questão de oportunidades, pois sempre soube que aqui se desenvolviam muitas pesquisas, e isso ampliou bastante minha visão e conhecimento. As pesquisas que desenvolvemos para a elaboração do trabalho de conclusão de curso foram muito importantes porque nos colocaram em uma posição de pesquisadores, e isso me fez ter muita curiosidade”, disse.

Hubert conta ainda que sempre foi muito dedicado aos estudos e que praticamente todas as tardes estava na biblioteca estudando, o que o ajudou bastante a alcançar o excelente resultado. “Aconselho aos alunos que façam um planejamento de estudos, que tracem metas e que permaneçam focados. Assim, será possível conciliar o estudo das disciplinas específicas de seus cursos com o estudo para o vestibular. Para isso, basta ter disciplina”, afirmou.

O sucesso do Hubert tem sido bastante comemorado não somente pelos professores e pelos gestores da instituição, mas também pela família do jovem estudante, por exemplo, por sua mãe, a senhora Albertina Souza. Ela relata que a trajetória escolar do Hubert sempre foi bastante focada nos estudos. “Desde muito pequeno, sempre foi inteligente, disciplinado e avançado para sua idade e, aos cinco anos, já estava alfabetizado. Como professora, eu sempre incentivei a leitura e a organização da rotina de estudos. Quando ele concluiu o 5.º ano, foi para o colégio militar e, já naquela época, estudava sozinho, pois, como eu não tinha como pagar cursinho preparatório, pedia ajuda de outras colegas para imprimir as provas e dava para ele fazer, cronometrando o tempo que ele gastava para fazer e, assim, graças a Deus, ele passou. Ao terminar o ensino fundamental, entre algumas opções, ele optou por estudar no IFRR, pois acreditava que a instituição poderia ajudar ainda mais no desenvolvimento dele. Apesar de estudar boa parte no período da pandemia, ele ainda pôde aproveitar ótimas oportunidades ali. Sobre ir para a Unicamp, ele na verdade sempre teve vontade de ir morar em São Paulo, e agora deu certo, ao entrar para a universidade. Estou muito realizada, pois creio que este é o sonho de toda mãe: ver os filhos realizados. Sinto que ele agora está preparado. Apesar de ter somente 18 anos, está resolvendo toda a parte burocrática da viagem dele sozinho, o que demonstra certa maturidade. Ele nunca morou longe de mim, mas acredito que tudo dará certo, pois ele está consciente de sua responsabilidade. Agradeço ao IF por ter abraçado meu filho durante todo esse tempo”, disse.

Projetos

Outra importante atuação que Hubert considera decisiva foi a participação em projetos de diferentes áreas. No ano passado, ele integrou a equipe do projeto de Robótica, coordenado pela professora Deborah Deah Carneiro, por meio do qual participou de competições, inclusive em nível nacional. “Os projetos, independentemente da área, nos proporcionam uma rica interação social e, por meio desse compartilhamento com os colegas, acredito que também podemos aprender bastante”, relatou o estudante.

A professora Deborah revela que Hubert não tinha conhecimento algum sobre robótica, mas que, em 2021, fez o minicurso preparatório, por meio de um projeto desenvolvido no CBV, sendo o aluno da instituição com a melhor nota na prova teórica da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), o que lhe garantiu participação num curso nacional a distância de robótica. “Nesse curso, o Hubert, trabalhando em dupla com outro estudante, ficou em segundo lugar no minicurso e foi contemplado com uma bolsa de iniciação científica júnior para dar continuação ao projeto de robótica. Apesar de ter realizado a inscrição para o recebimento da bolsa, acabou desistindo, porque optamos por dar continuação ao projeto de robótica pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica, o Pibict, aqui pelo instituto, sob minha orientação. O projeto dele era desenvolver um robô com prototipagem, o qual ganhou o reforço de mais três alunos, que, juntos, participaram da Mostra Nacional de Robótica (MNR), em outubro do ano passado. Hubert era um aluno sempre muito interessado. Lá na MNR, ele participou, como aluno inscrito e também como voluntário, em outras atividades para poder explorar mais o evento, conhecer mais pessoas, e isso sem ser a área de aspiração profissional, mas, ao se envolver com o projeto, demonstrou bastante determinação, curiosidade e criatividade. Apesar de ser da área de informática, ele sempre me perguntava muitas coisas sobre eletrônica, pois queria de fato entender o que estava fazendo, e isso me fez apoiá-lo e acompanhar de perto sua trajetória, assim como sua rotina de estudos, pois ele sempre afirmava que queria ir para a Unicamp. Quando ele foi aprovado, foi uma alegria enorme, pois ver um aluno assim tão interessado é sempre gratificante para o professor”, contou.

Virginia Albuquerque

 

 

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