A Pandemia e o período de isolamento criou na vida de muita gente um verdadeiro caos financeiro, principalmente para quem dependia do comércio e não tinham como expor seus produtos para a venda enquanto todos estavam em casa.
Criada com base no colaborativismo a Toca da Bruxa, no período da pandemia, reuniu artesãos e comerciantes para que tivessem um espaço para comercializar seus produtos. Inicialmente eram oito pessoas expondo roupas, acessórios, alimentos e artesanato, a ideia deu tão certo que evoluiu para a criação da Feira da Toca, em dezembro do ano passado, na avenida Benjamin Constant aos domingos.
A Feira começou com 20 expositores, agora já são quase cem. Uma movimentação que começa a partir das 18h e vai até às 22h. Os produtos variam entre alimentos e lanches, como: bolos, pasteis, sushi, arepas, acarajé, salgados, sucos e uma infinidade de doces.
Podem ser encontrados também roupas coloridas, sabonetes, incensos, acessórios e bijuterias de todos os tipos. A feira é tão completa, que até alimentos orgânicos, produzidos pequenos produtores da PA Nova Amazônia são expostos. E elas vendem ovos caipira, hortaliças, frutas, queijo, farinha e todos produzidos de maneira ecológica em seus sítios.
“Vir a feira e vender meus produtos é uma oportunidade de aumentar ainda mais meus rendimentos. Todos os nossos produtos são ecológicos, plantados e produzidos de maneira orgânica, fazemos questão de manter a pureza e oferecer a quem busca produtos de qualidade. Então, todos os domingos levamos limões, hortaliças, ovos caipira, farinha e até sabão caseiro”, contou a produtora rural Marinalva da Silva Moraes.
Outro expositor, agora com artesanato indígena, é o Marciano da Tribo Wai Wai. Ele, com seus irmãos produzem com sementes da natureza pulseiras, colares e uma grande variedade de peças com motivos indígenas da etnia que pertencem.
“A feira é uma maneira maravilhosa de expor nossos trabalhos e ainda conhecer pessoas. Nos sentimos acolhidos e motivados a produzir cada vez mais peças. O que vemos aqui é a pluralidade, porque aqui na feira tem de tudo e pessoas de todos os lugares, uma oportunidade única de compartilhar experiências”, disse Marciano.
A Feira abriu oportunidade também para os migrantes venezuelanos. Tem artesãos e carrinhos com a venda de comidas típica do seu país. “Nós colocamos em nossas peças toda a gratidão de termos sido acolhidos aqui no Brasil. Pela oportunidade de não apenas sobreviver, mas viver melhor. Sou muito grata em participar dessa feira aonde podemos comercializar nossos produtos e aumentar a nossa renda em casa”, disse Katrin Hernandes.
Parceria
Para que a feira acontecesse a administração da Toca buscou parceria com a Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura (Fetec), que disponibilizou 20 estruturas de barraquinhas, estas foram reformadas e disponibilizadas para os expositores. Outro parceiro da Feira é o Sebrae, que também colocou à disposição 20 estruturas de barracas.
A feira é administrada de maneira colaborativa, cada expositor paga uma taxa de R$20,00 para as despesas. A cada domingo é contratada uma banda que se apresenta no espaço externo da Toca criando um ambiente acolhedor e animado para quem busca opção de lazer aos domingos.
“A feira é uma aldeia global. Reunimos aqui várias tribos que convivem harmonicamente comercializando seus produtos, enquanto se confraternizam e se divertem. E é maravilhosa a oportunidade que todos temos de viver essa experiência de empreendedorismo e partilha. Para mim a feira só tem a crescer, e quem quiser vir expor seus trabalhos é só entrar em contato”, disse a administradora da Feira, Ana Luciola Franco.
Cláudia Oliveira