Gabriel Picanço pede convocação da direção do HGR para esclarecimentos sobre falta de cirurgias e médicos

Em discurso, deputado deu dois exemplos de pacientes que aguardam procedimentos médicos há quase um ano. – Fotos: Alfredo Maia/Eduardo Andrade/Marley Lima/Nonato Sousa

O deputado Gabriel Picanço (Republicanos) pediu ao presidente da Comissão de Saúde e Saneamento da Assembleia Legislativa, Dr. Cláudio Cirurgião (União), que convoque a direção do Hospital Geral de Roraima (HGR) para prestar esclarecimentos sobre situações que envolvem a saúde pública. A solicitação foi feita na tribuna, durante sessão ordinária desta quarta-feira, 12.

Em discurso, Picanço deu dois exemplos de pacientes que aguardam procedimentos médicos há quase um ano.

“Um paciente de São Luiz [Sul de Roraima], que está com uma bolsa de colostomia que deveria ter sido retirada em 90 dias, já está com ela há um ano e três meses. É a quarta vez que é marcada a cirurgia dele e ele é dispensado. Não tem anestesista nem médico. Temos também um rapaz que trabalha como mecânico e está ‘pendurado’ em duas muletas, precisa fazer uma cirurgia urgente de coluna e está impossibilitado de trabalhar”, informou.

Em aparte, o presidente da comissão endossou a solicitação do colega e complementou que diariamente recebe denúncias sobre a falta de profissionais.

Deputada Joilma Teodora

“Ontem, passei uma situação ao governador de Roraima sobre o hospital de Baliza, que também está sem direção desde domingo e sem médico desde esta terça [11], com crianças internadas e uma gestante que estava esperando ser transferida e teve que ser por um enfermeiro. Até esta manhã, ainda não tive resposta se tem médico lá para atender a população”, ressaltou.

O parlamentar frisou que a Comissão de Saúde também pediu esclarecimentos sobre diversas contratações “absurdas” feitas pela Secretaria de Saúde (Sesau). “É uma ingerência enorme que existe dentro daquela secretaria. Pedi, novamente, ao governador Denarium [PP] que tome alguma atitude em relação à pasta”, informou.

A deputada Joilma Teodora (Podemos) também pediu que o governo estadual providencie a mudança da direção do Hospital de Rorainópolis. “A população de lá está sofrendo. São muitas denúncias”, comentou.

Na oportunidade, Teodora expôs sua indignação com relação a uma servidora da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) que tem aneurisma e ainda não conseguiu fazer cirurgia.

Deputado Armando Neto

“Infelizmente, acredito que, dentro daquela instituição [HGR] faltam união e diálogo. A gente precisa saber o que está acontecendo lá dentro, e o porquê dessa falta de atendimento. Amanhã pode ser eu, pode ser meu filho”, destacou.

O deputado Armando Neto (PL) acrescentou que o gargalo do governo é a Saúde e disse que há falta de gestão.

“Temos visto que o problema é no Sul do Estado, na maternidade, no HGR, Cosme e Silva, no HC [Hospital das Clínicas]. Seja em qualquer lugar dentro da estrutura da Saúde, muitas das vezes predial, de condições de recursos humanos, de insumos para o desempenho da função. Tudo isso falta em algum lugar e a todo tempo. Então, o que falta é gestão. Nós temos batido nesta tecla, quando somos indagados pela sociedade e pelo usuário do serviço público”, explicou.

Deputado Idázio da Perfil

Por fim, Neto apontou que aguarda respostas sobre o pedido de informação feito à Comissão de Saúde da Casa e enviado à Sesau.

“Ainda está em tempo hábil, mas, se não atender e não bater a realidade com a necessidade, nós temos a obrigação de convocar a secretária para prestar esclarecimentos”, disse.

O deputado Idázio da Perfil (MDB) parabenizou Picanço pela iniciativa e contou que foi procurado por clínicas que prestam serviços para o Estado e querem rescindir contratos por falta de pagamento.

“Algumas empresas estão pensando seriamente em rescindir esses contratos, porque não estão sendo pagas. A gente gostaria de saber qual é o problema, porque sabemos que para a Sesau estão indo recursos. Tem pessoas que estão com pequenas clínicas, se sacrificando para mantê-las abertas e atender ao público, mas vai chegar um limite em que a água do pote vai secar e elas não vão ter de onde tirar”, concluiu.

Suzanne Oliveira

 

 

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