Todas as mulheres têm a oportunidade de mostrar suas habilidades, sejam quais forem os setores. E um desses é a construção civil, espaço que por muitos anos foi comandado apenas por homens. Mas com muita luta e garra, foi também ocupado e conquistado por mulheres competentes e dedicadas.
Na Secretaria Municipal de Obras de Boa Vista (SMOU) trabalham a arquiteta Lívia Ferreira e sua colega engenheira civil, Byatriz Cordeiro Neto, ambas com uma enorme paixão pela profissão que escolheram seguir.
Lívia é roraimense e já trabalha há 14 anos no setor de Departamento de Fiscalização e Edificações (DFE), onde faz a análise de emissão de alvarás, Habite-se e também com levantamento para demolições. Além de verificar se o requerente está cumprindo com as leis e decretos municipais.
Ela conta que o trabalho é árduo. De dia, faz as análises da documentação e, três vezes na semana, as vistorias para verificar as condições dos imóveis, para posterior emissão do Habite-se. A paixão pela arquitetura veio quando Lívia fez um curso técnico de edificações em 1999 e começou a gostar de projetar e fazer cálculos.
E foi aí que Lívia decidiu fazer o ensino superior na área. Mas ela confessa que trabalhar com obras não estava nos seus planos porque sabia dos desafios que teria pela frente, principalmente em questões envolvendo machismo, problema esse enfrentado por mulheres no mundo inteiro.
“Antigamente, trabalhar com obras era muito voltado à parte masculina. E hoje, eu vejo que a mulher tomou conta do mercado. Temos diversas arquitetas, decoradoras e engenheiras. Então, eu vejo que o mercado mesmo para a mulher está aberto e estamos tomando de conta mesmo”, disse a arquiteta.
Sua inspiração como mulher vem de sua mãe, Hilda Araújo, de 68 anos, por ser batalhadora e sempre correr atrás para dar o melhor à Lívia, que é filha única. E a arquiteta, que sempre está com um astral lá em cima, deixa um recado para as mulheres.
“Lute pelos seus ideais. Corra atrás dos seus sonhos. Nada é mais atraente, que uma mulher forte, independente e sem medo de lutar pelo seu espaço até o fim”, afirma Lívia.
Uma profissão desafiadora
Acompanhar e fiscalizar obras públicas é um trabalho árduo, mas feito diariamente e de forma competente pela engenheira civil Byatriz Cordeiro Lédo, que está desde 2017 trabalhando na Secretaria Municipal de Obras. Ela conta que entrou na secretaria como estagiária e, logo após formar em Engenharia Civil, foi contratada como fiscal de obras.
“Minha função requer o foco na qualidade, segurança e funcionalidade dos serviços de acordo com os padrões esperados pela Prefeitura. Trabalhar como engenheira é um sonho que vem desde o meu ensino médio. Gosto do desafio de participar do desenvolvimento da obra e de buscar soluções que beneficiem a sociedade”, afirmou a engenheira.
A tomada de decisões faz com que Byatriz saiba o quanto a sua profissão é desafiadora. Mas aos poucos, com muita paciência e conhecimento, foi mostrando o seu trabalho e apresentando seu poder de fala, diante de uma equipe em que boa parte é formada por homens.
“Vejo que nós, mulheres estamos a cada dia provando que somos capazes de exercer a profissão que desejamos, em qualquer lugar, inclusive em todos os tipos de obra”, destacou.
Wandilson Prata