Governo de Roraima recebe professores yanomami para alinhar melhorias para escolas da região

21 escolas estaduais estão em funcionamento na área Yanomami e 80 professores atendem 1.478 estudantes matriculados. – Fotos: Ascom/Seed

Na manhã desta terça-feira, 7, o Governo de Roraima, por meio da Seed (Secretaria de Educação e Desporto), recebeu um grupo de 17 professores e lideranças da etnia Yanomami para alinhar demandas e debater a melhoria da oferta do ensino na região.

Atualmente existem 21 escolas estaduais que estão em funcionamento na área Yanomami e 80 professores atendem 1.478 estudantes matriculados nas unidades de ensino.

Participaram da reunião o secretário da Seed, Nonato Mesquita, e a diretora do DEEI (Departamento de Educação Escolar Indígena), Irisnaide Souza.

Os docentes solicitaram material didático, merenda escolar, lousas, formação para professores, melhorias na estrutura física das escolas e implantação da modalidade de ensino EJA (Educação de Jovens e Adultos). O secretário Nonato de pronto atendeu as demandas referente às lousas e material didático (caderno, lápis, borracha), autorizando a entrega pelo setor responsável.

“Conversamos com os professores, que apresentaram suas demandas. São docentes que estão lotados em escolas de difícil acesso, onde a logística de atendimento é diferenciada. Parte das solicitações foi atendida de imediato. Vamos trabalhar outras demandas mais específicas para atender dentro de espaço de tempo mais curto”, destacou Mesquita.

Quanto à merenda, o secretário informou que depende da liberação do espaço aéreo para poder realizar a entrega dos gêneros alimentícios, uma vez que a maioria das escolas se encontra em áreas de voo, mas autorizou a distribuição de alimentos por via terrestre até as proximidades do rio na região do Alto Mucajaí, para que os alimentos sigam de barco para o atendimento das escolas próximas.

Sobre as demandas de estrutura física, Nonato sugeriu uma parceria com as comunidades para que algumas construções de escola aconteçam de forma conjunta unindo esforços entre a Seed e comunidade, o que foi aceito pelos presentes.

Outra demanda dos docentes que atuam nas escolas localizadas em área Yanomami é a implantação da EJA. O secretário Nonato acionou o DEB (Departamento de Educação Básica) para que promova os estudos necessários para a possibilidade de atendimento da demanda.

Visitas técnicas

Como resultado do encontro, ficou agendada para o período de 20 a 23 de fevereiro uma visita da equipe da DEEI e do secretário-adjunto Semaias Alexandre Silva em escolas indígenas localizadas na área indígena Yanomami.

Está na programação da visita técnica as escolas estaduais indígenas Yanomami Sicanabi (Comunidade Sikamapiu), Surucucu (Comunidade Surucucu), Koraxira (Comunidade Uxiu), Alto Mucajaí (Comunidade Alto Mucajaí), ambas em Alto Alegr, e Escola Estadual Indígena Helepe (Comunidade Awaris), em Amajari.

Formação de professores

Em relação a formação dos professores, o secretário Nonato informou que neste ano, haverá duas turmas do Curso Magistério Indígena Yarapiari, promovido pelo Ceforr (Centro Estadual de Formação dos Profissionais da Educação de Roraima).

O curso é destinado a formação de professores indígenas da etnia Yanomami. No ano passado, o curso formou 36 professores. A novidade para 2023 é que a formação deverá ocorrer nas comunidades indígenas e não na cidade, como em anos anteriores, a fim de facilitar a participação de mais docentes.

O professor Eliseu Xirixana, da comunidade Alto Mucajaí, leciona na Escola Estadual Indígena Yanomami Alto Mucajaí, que atende atualmente 76 estudantes. Para ele, a reunião foi positiva.

“Fiquei muito feliz de vir aqui e do secretário ter nos recebido muito bem. É uma luta para sairmos da nossa região e chegar aqui. Essa foi a primeira vez que um Governo ouviu nossos pedidos. Foi positiva essa reunião”, disse o professor.

Mágida Azulay Khatab

 

 

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