Governo discute avanços para o setor suíno em Roraima

Discussão pontuou a execução de um calendário de vacinação, fiscalização sanitária, isenção de taxas, transporte de frios, escala veterinária, comercialização, ente outros temas. – Fotos: Ascom/Seadi

A Seadi (Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação) iniciou um diálogo com empresários do setor de suinocultura para discutir estratégias de desenvolvimento para o setor.

A discussão pontuou a execução de um calendário de vacinação, fiscalização sanitária, isenção de taxas, transporte de frios, escala veterinária, comercialização, além da criação de salas de abate artesanal nas propriedades rurais para facilitar a logística de transporte e coibir a clandestinidade.

“Essa reunião é uma atitude inovadora situando as demandas dos suinocultores do Estado. Com isso, estamos avaliando as diferentes realidades da categoria, enumerando as dificuldades, buscando ações imediatas”, disse o coordenador de Desenvolvimento Agroambiental da Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação, Marcelo Hentges.

O coordenador ainda referiu as ações da Agricultura Familiar que ajudam a fortalecer a produtividade em Roraima. “Dentre os principais motivos do projeto de grãos está a produção de insumos para a criação de aves e suínos. Grande parte da ração destes animais é composta de milho, 80%, e o preço dos insumos está custando caro no bolso do produtor e pode piorar. Outras problemáticas vivenciadas pelos suinocultores são o abate, a logística e demais taxações que impõem barreiras. Com a fundação da Cooperativa, o intuito é darmos suporte técnico, organização de crédito, normativas, regulamentações e outras necessidades”, detalhou Marcelo.

Produtor na região do Cantá, Luiz Cruz destacou que em Roraima existe muita gente envolvida no segmento de suínos, mesmo trabalhando em pequena escala e reforçou. “Recentemente, compramos matrizes do Paraná e trouxemos para fortalecer a genética local. O governo também tem avaliado as necessidades de desenvolvermos este serviço. Com isso, aguardamos a diminuição dos custos de produção, baixando o preço de insumos, combustível e outras necessidades, possibilitando aos empresários mais investimentos na suinocultura”, disse.

O suinocultor Frank Júnior avaliou a fundação de uma cooperativa que atenderá mais de 250 criadores de suínos em Roraima. “Temos um registro contabilizando 242 suinocultores, além de outros 26 empresários já engajados na fundação da Cooperativa. Nosso objetivo é integrar os criadores de suínos, auxiliá-los e caminharmos juntos no planejamento da venda local e exportação da demanda também com a Venezuela e Guiana”, disse.

Da região de Amajari, o produtor Taylor Filgueiras analisou positivamente a reunião da categoria de suínos. “Esse é um segmento que beneficia o investidor em um mercado amplo, mas precisamos do apoio do Governo do Estado adequando os benefícios necessários para o desenvolvimento da suinocultura. Contudo, percebemos que o secretário Emerson Baú e o governador Antonio Denarium já estão à frente destas decisões fundamentais com esforço técnico dos órgãos competentes, formalizando o acesso ao pequeno e médio produtor solucionar a renda das famílias roraimenses no campo”, complementou.

Para o secretário Emerson Baú, a suinocultura brasileira se destaca mundialmente. “A produção de suínos é uma das cadeias mais produtivas e avançadas – utilizando alta tecnologia genética, nutrição, manejo e instalações. Dessa forma, o padrão de qualidade do alimento é uma preocupação constante e o Brasil é uma referência mundial dentre os principais países produtores de carne suína”, referiu.

O governador Antonio Denarium reforçou o esforço do Estado contra os entraves dos insumos. “A ração contabiliza demasiadamente os custos necessários para suprir a criação dos animais, e resolver esta questão é mais uma prioridade do Governo de Roraima que não cessa os trabalhos”, destacou.

Dados da Suinocultura no Brasil

Competir no mercado globalizado é um grande desafio, pois requer posicionamento estratégico constante. Uma pesquisa realizada pala United States Department of Agriculture (Usda), destacada pelo anuário 2022 da Suíno Cultura Industrial, revelou que a suinocultura brasileira – no cenário global – vem atingindo patamares recordes de produção, ganhando destaque nas exportações mundiais, passando de 7,4% dos volumes em 2018 para 10,4% em 2021, com previsão de atingir 10,9% em 2022.

Os números evidenciam o Brasil respondendo a uma crescente demanda internacional ainda puxada pelos efeitos dos surtos de PSA na Ásia e pelos preços internacionais da carne suína, gerando receitas cambiais próximas a US$ 3 bilhões.

Michel Sales

 

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