A superintendente de Comunicação da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), Sonia Lucia Nunes, se reuniu, nesta sexta-feira, 27, com o secretário de Educação, Nonato Mesquita, para discutir sobre a produção audiovisual de um projeto desenvolvido na Escola Estadual São José, que enaltece o protagonismo de mulheres presentes na vida de alunos.
Estiveram no encontro a idealizadora do projeto, batizado de “Mulheres que fazem história, mas não estão nos livros de História”, professora Hstéffany Muniz; a diretora de Rádio e Televisão do Poder Legislativo, Camila Dall’Agnol; a diretora de Relações Institucionais, Adriana Cruz; e a diretora do Departamento de Educação Básica da Secretaria de Educação, Nildete Melo.
De acordo com a professora Hstéffany, o projeto foi desenvolvido em seis etapas, que incluíram entrevista dos alunos com as mães, cartas escritas por eles e textos que vão dar vida a um e-book, um dos produtos da iniciativa. A profissional destaca o objetivo: enaltecer as vozes femininas de quem faz parte da vida dos estudantes, sejam mães, tias ou avós, com histórias emocionantes.
“Teve uma aluna que entregou uma carta como se estivesse sido molhada e ela falou: ‘professora, a carta está um pouco molhada porque eu chorei. Hoje eu entendo muitas coisas que minha mãe fala para mim, porque ela sofreu preconceito e racismo’. E isso ela deixa registrado na carta, na conversa que teve com a mãe, já que aquilo ficou muito forte para ela”, lembra a professora.
Histórias que se entrelaçam
A Escola Estadual São José completa cem anos em 2024 e é uma das unidades de ensino mais tradicionais de Roraima. O projeto desenvolvido buscou, portanto, entrelaçar os relatos de vida com a história da instituição. As etapas, aplicadas com alunos do 7° ano, foram implementadas em parceria com outras disciplinas: educação física, inglês e ciências.
Para a diretora de Rádio e Televisão da ALE-RR, Camila Dall’Agnol, foi gratificante produzir o documentário, desde a seleção de personagens até os últimos detalhes da edição que estão sendo feitos. O pré-roteiro começou a ser discutido em maio e levou em consideração os relatos de quem passou pela escola, de quem está lá e das mulheres envolvidas na vida deles. O resultado foi perceber que os filhos passaram a valorizar a força, a garra e a história das próprias mães.
“Durante um dia inteiro de gravação, acompanhamos a rotina de duas mães. Uma delas a partir das 4h, porque ela tem um lanche e prepara a comida que vai vender. Na madrugada, ela e o esposo carregando o carro… Uma rotina que nem os filhos conhecem, porque estão dormindo. A outra é uma professora que trabalha no interior do Estado, vem para Boa Vista, organiza a família, os filhos, para poder voltar no outro dia para a comunidade indígena onde trabalha. São rotinas duras, que revelam as heroínas que elas são”, detalha Camila.
A superintendente Sonia Lucia Nunes reforçou que a Comunicação tem dado suporte para as produções de documentários de interesse público, com intuito de fomentar debates sobre temas importantes, como o autismo, as mudanças climáticas e, agora, a educação. Ela menciona que isso demonstra a responsabilidade social do Poder Legislativo.
“Quando recebemos a proposta, levamos para o presidente da Casa, deputado Soldado Sampaio. Ele é sensível a essas causas, pois investe em comunicação justamente para que esse espaço sirva para a sociedade. O documentário vai ser uma forma de mostrar para as outras escolas o trabalho importante de aproximar os alunos da família. Sabemos que a produção audiovisual é cara e a TV Assembleia tem aberto suas portas para ajudar nessa demanda social”, destacou a superintendente.
Exemplo para comunidade escolar
O projeto da escola já está sendo visto como exemplo para outras escolas. Recentemente, ele foi exposto num evento em Diamantina, Minas Gerais. A aproximação com os familiares é uma necessidade atual da educação e precisa ser resgatada, avalia o secretário de Educação, Nonato Mesquita.
“Precisamos de professores que deem essa notoriedade e isso impulsione a aproximação da família com a escola. Entendemos que o processo educacional exige uma cumplicidade da família com o papel desenvolvido na unidade de ensino. Educação não se faz só. Se nós fizermos nosso papel e a família não fizer o seu, não teremos êxito. Por isso, o governador Antonio Denarium tem pensado em premiar professores que façam esse tipo de trabalho”, afirmou o secretário.
A diretora do Departamento de Educação Básica da secretaria, Nildete Melo, disse que recebeu a ideia de maneira positiva, já que a abrangência aborda diferentes cenários. “O foco é a história das mulheres, mas atravessa outras disciplinas e temas, como a violência, a valorização da família na escola, e abre um leque para diferentes assuntos. Vamos colher bons frutos dessa proposta”.
O documentário terá cerca de 30 minutos e será exibido em evento no Plenário Deputada Noêmia Bastos Amazonas, em 23 de novembro, como explica a diretora de Relações Institucionais da Assembleia Legislativa, Adriana Cruz.
“A Casa vai receber a comunidade estudantil da Escola São José, uma realização em parceria com a Secretaria de Educação, para uma avant-première [primeira exibição, em tradução livre] do documentário que, logo em seguida, vai ficar disponível no canal do Poder Legislativo no YouTube. Um evento pensado com muito amor, carinho e dedicação”, concluiu Adriana.
Josué Ferreira