IFRR: Egressas de cursos EAD são referências na educação em comunidade indígena

Jemima de Souza Saldanha e Lélia Maximino da Silva tão logo concluíram suas licenciaturas, foram aprovadas em concursos para as redes estadual e municipal de ensino do Município de Normandia. – Foto: Ascom/IFRR

Com atuação em todos os municípios do Estado de Roraima, o Departamento de Educação a Distância do Campus Boa Vista (Dead/CBV), tem formado, especialmente professores, egressos dos cursos de licenciatura, que estão fazendo a diferença na educação em suas comunidades e municípios.

As egressas Jemima de Souza Saldanha, do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas e Lélia Maximino da Silva, do curso de Licenciatura em Matemática, tão logo concluíram suas licenciaturas, já foram aprovadas em concursos para as redes estadual e municipal de ensino do Município de Normandia.

Jemima já trabalhava na rede municipal de ensino e recentemente foi aprovada no concurso da rede estadual de ensino para professora de biologia. Sobre os desafios de fazer um curso EAD, ela afirma que conseguiu concluir a licenciatura graças ao apoio que recebeu da instituição. “No início foi bem desafiador, mas tivemos todo o suporte necessário dos professores e da equipe do Dead. Hoje, estar aqui como professora efetiva, trabalhando em minha comunidade, contribuindo para a mudança da realidade das pessoas, através da formação que eu tive é extremamente gratificante. Agradeço ao IFRR pela oportunidade que eu tive de me qualificar. Amo ser professora! Sempre aconselho àqueles que desejam estudar, que agarrem com muita força e determinação as oportunidades, pois os estudos nos levam a lugares inimagináveis, a grandes conquistas. Terminei a graduação e já quero fazer minha pós-graduação, não penso em parar”, disse.

Já a Lélia é gestora escolar municipal e também ressalta a qualidade do curso ofertado pelo CBV/IFRR como um dos grandes diferenciais em sua formação. “Me sinto muito realizada por estar desempenhando um bom papel na minha comunidade. Sou muito grata ao IFRR por ter me oportunizado fazer esse curso, porque hoje tenho o conhecimento técnico, científico e humano, e agora estou aplicando isso na prática. Sabemos que sempre há um preconceito com os cursos EAD, mas ao ingressar vi que exige muito de nós, então se eu não me dedicasse aos estudos, não alcançaria meus objetivos. Portanto, considero a EAD uma modelidade séria e com dedicação podemos ter um retorno positivo. O meu TCC foi uma pesquisa no campo da etnomatemática, aplicada na fabrição da panela de barro macuxi, que envolveu a matemática financeira, geometria espacial e também o sistema de numeração macuxi. O resultado desse trabalho apresentei num evento nacional, e por eu ser falante da língua macuxi minha participação e experiências foi bastante valorizada e elogiada. Não foi fácil chegar até aqui, mas digo que não devemos desistir diante das dificuldades. Pois com persistência podemos alcançar nossos objetivos e ir muito além”, ressaltou Lélia.

O pró-reitor de Desenvolvimento Institucional do IFRR, professor Adnelson Jati Batista foi orientador do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da Lélia. Ele diz que a egressa teve um desempenho acima da média e acredita que os resultados alcançados por ela são fruto da dedicação e compromisso que teve durante o curso. “Lélia colocou em prática sua inteligência interpessoal, digo isso, pois formamos licenciados em matemáticas, que pela demanda do mercado, deixam sua comunidade para virem para centros mais “urbanizados”. Com Lélia foi diferente, sua dedicação e carinho por sua comunidade, a motivava sempre em suas atividades curriculares do curso de Licenciatura em Matemática a valorizar a educação e cultura local. A exemplo disso temos o TCC feito por ela, que não foi uma mera representação de conceitos matemáticos, mas acima de tudo, um resgate de sua cultura, por meio do “fazer panelas de barro”, utilizando a Etnomatemática. Ela trabalhou os conhecimentos matemáticos por traz da construção da panela de barro, bem como os rituais dessa construção, que estavam sendo perdidos, longe do conhecimento dos mais jovens, atividade que é um dos pilares para a sustentabilidade de sua comunidade. O impacto disso foi o maior presente humanitário que poderíamos esperar dos nossos egressos, sua permanência na comunidade, atender os mais necessitados, nesse caso os alunos da comunidade que ficam sem professores de matemática por anos e anos”, explicou Adnelson.

Para o diretor do Dead, professor Tomás Armando Del Pozo Hernandez, essa representação que as egressas têm em seus municípios ratifica o compromisso com a qualidade dos cursos ofertados na modalidade a distância pelo CBV. “Os esforços institucionais no sentido de ampliar a oferta com qualidade, visando sempre à marca de excelência impressa pelo IFRR, que se refletem nesses importantes resultados, ora apresentados pela Jemima e pela Lélia é que nos move a continuar trilhando o caminho do desenvolvimento da EAD, no IFRR. Nesse sentido, ter esse retorno sobre a atuação dos egressos, que estão atuando de maneira ativa em suas comunidades, seja por meio de aprovações em concursos ou por meio de suas inserções na iniciativa privada, ou mesmo no campo do empreendedorismo, por meio do gerenciamento dos próprios negócios, nos faz perceber que estamos no caminho certo, com a implementação de políticas de expensão da EAD para alcançar um número maior de pessoas”, disse.

Virginia Albuquerque

 

 

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