IFRR: Projeto de extensão promove ensino de espanhol por meio do canto

Crianças de 8 a 12 anos participam de aulas de espanhol básico e ensaiam em um coral com músicas infantis na língua espanhola. – Foto: Ascom/IFRR

Muita gente já deve ter ouvido falar naquele velho ditado: “Quem canta seus males espanta”. E quem canta aprende brincando? Esse é o caso de crianças de 8 a 12 anos de idade da zona oeste da Capital, Boa Vista, participantes do projeto de extensão “Las voces del zona: aprenda a hablar español cantando”.

O projeto é promovido no CBVZO (Campus Boa Vista Zona Oeste), do IFRR (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima), com ensaios do coral às terças e quintas-feiras, no horário das 14h às 16 horas. Antes do início da fase dos ensaios, as crianças tiveram aulas de espanhol básico, para aprender principalmente a pronúncia de letras e algumas palavras, para facilitar na hora do canto.

Segundo a coorientadora do projeto, professora Viviane Dias, a iniciativa, que surgiu das práticas que já eram aplicadas em classe, nas aulas da professora de Espanhol do CBVZO Rafaela Morgade, que sempre utilizou a música como uma ferramenta pedagógica, tem o objetivo de promover o ensino da língua de forma lúdica com uso de canções infantis.

“Por meio do projeto, pretende-se contribuir para o aprendizado de um segundo idioma para crianças brasileiras e promover a inclusão social de imigrantes. As ações do projeto são desenvolvidas por meio da formação de coral que utiliza músicas infantis em língua espanhola, disponíveis no Youtube e em livros didáticos de espanhol”, explicou Viviane.

As crianças do projeto são estudantes do ensino fundamental que não têm a língua espanhola na grade curricular. Além das aulas e dos ensaios, elas participam de apresentações culturais no próprio campus e em escolas dos bairros da zona oeste. Ao longo das atividades, é realizado o acompanhamento por meio de frequência dos participantes nos ensaios e a avaliação dos impactos do projeto entre as crianças atendidas.

“O início do projeto foi um grande desafio, pelo fato de as crianças nunca terem estudado espanhol. Porém, no decorrer das aulas, pôde-se observar a curiosidade em sempre querer aprender palavras novas, e o empenho em aprender a cantar as músicas. Com o desenvolvimento, espera-se também criar espaços para contribuir na socialização entre crianças do estado e imigrantes, com o autoconhecimento e autoestima, além de promover lazer e descontração”, comentou a professora.

A estudante-bolsista do CBVZO e monitora da turma, Beatriz de Araújo, avalia que estar envolvida em um projeto como esse produz uma série de resultados positivos não apenas para as crianças que estão tendo aula, mas também para ela, que está participando efetivamente da execução.

“Está sendo muito bom. As crianças são incríveis, e eu amo ensiná-las e aprender com elas. Como estudante, aprendi mais o espanhol. Isso me ajudou a desenvolver habilidades de liderança e organização, o que é ótimo, por conta do curso técnico que faço em Administração. E, como pessoa, também ajuda muito a desenvolver responsabilidade e paciência, por se tratarem de crianças”, analisou Beatriz.

A mãe de uma das participantes do projeto, Laurilene Malaquias , disse que, quando ficou sabendo da iniciativa por meio da divulgação feita pela escola da criança, fez questão de inscrever a filha, que gosta muito de cantar, e imaginou que seria bom para o desenvolvimento dela.

“Achei bem interessante saber da possibilidade dela aprender um idioma diferente e cantar ao mesmo tempo. Vejo que ela está gostando, que aprende muito rápido e já coloca em prática os ensinamentos. É muito bom para o desenvolvimento dela”, declarou Laurilene.

Roseane Nascimento, mãe de outra participante do projeto, disse que, ao ficar sabendo da ação do CBVZO na escola da filha, se interessou muito, pois seria mais uma opção de aprendizado.

“Nos interessamos muito, pois é uma opção de aprendizagem, uma oportunidade de aprender outra língua, canto e a interação dela com outras crianças. Nós estamos gostando muito. Vemos que ela tem se dedicado mais a estudar o espanhol e música também”, comentou a mãe.

 

Veja também

Topo