IFRR: Projeto Mulheres que Escrevem promove seleção de poesias inéditas para publicação em livro

O período de inscrição para as interessadas em participar vai até este sábado, 6. – Foto: Ascom-IFRR

O primeiro Seletivo de Poesias do IFRR (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima), promovido por meio da Diretoria de Extensão do CBV (Campus Boa Vista), deverá escolher trabalhos inéditos para serem publicados em livro, revista ou e-book de coletâneas organizado pelo projeto “Mulheres que Escrevem: Produção e Circulação de Textos Femininos”.

O objetivo da ação é possibilitar a divulgação de produções escritas por mulheres como forma de empoderamento social, proporcionando espaços de interlocução para que se apresentem obras produzidas pelo público feminino.

A seleção é aberta ao público, podendo participar a comunidade interna do IFRR (alunas e professoras) e externa, incluindo alunas e professoras de escolas públicas e particulares de qualquer região do Brasil que tenham a idade mínima de 14 anos.

As inscrições podem ser efetuadas até sábado, 6 de agosto, pelo correio eletrônico concursodepoesia2022@hotmail.com. As instruções para envio do material podem ser conferidas no edital.

Segundo a coordenadora do projeto, professora Joelma Fernandes de Oliveira, o “Mulheres que Escrevem”, fomentado pelo Pipad (Programa de Incentivo à Pesquisa Aplicada) do IFRR, surgiu com o intuito de buscar respostas e alternativas para modificar o atual quadro, em que mais de 70% dos livros publicados por grandes editoras brasileiras foram escritos por homens.

“Esse é o resultado de uma pesquisa desenvolvida pelo Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea, coletivo de pesquisadores vinculado à Universidade de Brasília [UNB]. E confirma o pouco acesso das mulheres aos incentivos à produção escrita, bem como o número reduzido de publicações de autoria feminina”, explicou Joelma.

Ela informou ainda que uma pesquisa foi desenvolvida com 35 mulheres entre professoras e alunas do Campus Boa Vista, verificando que 94,1% das entrevistadas informou considerar a escrita como uma forma de empoderamento social.

“Seguindo nosso compromisso enquanto instituição educacional no combate às desigualdades, desenvolvemos essa pesquisa, que está em fase conclusiva, mas em que já pudemos registrar relatos de 97,1% das entrevistadas, apontando que gostariam que existissem mais espaços de interação social para que mulheres apresentem e conheçam obras produzidas pelo público feminino. Elas consideram também necessário que mulheres escritoras tenham mais oportunidade para que fomentem a escrita feminina e sejam oportunizadas a publicar seus escritos”, informou a coordenadora.

A professora destaca ainda que considera muito significativa essa ação do instituto, com a execução do CBV, em possibilitar essa abertura para que a sociedade conheça obras produzidas por mulheres de todo Brasil.

“Com a pesquisa, percebi que é uma inquietação coletiva quando se discute com outras mulheres e essa ação possibilita dar continuidade a uma pauta que venho desenvolvendo estudos há alguns anos que são as questões de desigualdades de gênero de um modo geral e nesse mais específico as desigualdades dentro do campo literário. Tem uma frase que eu gosto muito que diz ‘Todos os sujeitos falam, mas nem todos são escutados’ e esse projeto é abertura de diversas possibilidades de fala e de escuta”, comentou.

A diretora de Extensão do CBV, professora Marilda Vinhote Bentes, destaca que o mundo da mulher vem passando por transformações, por meio de conquistas em distintas dimensões da sociedade, mas na visão dela, ainda há necessidade de muitas lutas a serem travadas.

Para ela, não se trata de discutir esse contexto, mas sim mostrar a participação da mulher na sociedade, por meio de sua escrita, ou seja, fazer uso desse processo considerado libertador, que é uma expressão em que demonstra conhecimento, seja da experiência, de emoções, de objetivos, ou da realidade ao qual está inserida.

“Seja qual for a expressão, a intenção é disseminar meios para nos libertar da herança negativa que ainda existe. A mulher que escreve cria um espaço de poder, pois abre uma oportunidade de reconhecer e assegurar o direito de cada pessoa diante da sociedade, princípio esse vislumbrado e disseminado pelo Campus Boa Vista, uma vez que a equivalência e a imparcialidade são meios que usamos para um IFRR que Acolhe. Diante disso, o Campus Boa Vista abraça as ações que focam o processo de inclusão para equidade. E eu sinto orgulho de mulheres que lutaram e lutam a favor do empoderamento feminino, e emoção ao dizer que para escrever e publicar, não preciso mais ter que pedir para um homem assinar por mim”, comentou.

 

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