Durante pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), nesta terça-feira, 24, o deputado Jorge Everton (União) apresentou dados da Polícia Civil de apreensão de drogas nos últimos três anos e cobrou o andamento do concurso da instituição e a nomeação de novos agentes. Os deputados Rárison Barbosa (PMB) e Marcos Jorge (Republicanos) também mencionaram a necessidade de fortalecer as forças de Segurança Pública.
De acordo com Everton, em 2021 foram apreendidos 74 quilos de drogas, 67 comprimidos de ecstasy e lavrados 50 autos de prisão, que resultaram em 88 prisões. No ano seguinte, foram 356 kg de entorpecentes apreendidos e 128 prisões. Já neste ano, foram apreendidas mais de 3 toneladas de drogas, levando em consideração as apreensões da Polícia Civil e da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco).
“Nos preocupamos, porque sempre soubemos que Roraima era rota do tráfico, mas a gente não imaginava o quanto isso afetava a vida da população, quantos jovens estão tendo suas vidas privadas em virtude do vício em entorpecentes. Não podia deixar de destacar esse trabalho brilhante da Polícia Civil, que não aparece porque é silencioso e investigativo”, declarou o parlamentar, ao acrescentar que Rorainópolis e Alto Alegre são as cidades no topo da lista de apreensões.
O político enfatizou que é fundamental investir na Polícia Civil, com nomeação de novos agentes, para reforçar a atuação da instituição pública. Jorge frisou que o combate ao tráfico de drogas também passa pela saúde, já que muitos dependentes químicos precisam de atendimento médico.
“Vamos debater o orçamento para 2024 e é essencial alocar recursos para a posse dos policiais. Todos os dias existem roubos e furtos acontecendo e é primordial que haja a finalização do concurso. O efetivo tem sofrido, tem diminuído, precisamos oxigenar nossa Polícia Civil. Peço aos nobres colegas que nos ajudem a aprovar a comenda Orgulho de Roraima para os policiais e a moção de aplausos para reconhecer esse brilhante trabalho”, complementou. A moção foi aprovada durante a sessão desta terça-feira.
Apoio parlamentar
O deputado Rárison Barbosa mencionou que todas as forças de segurança precisam de investimento, como a Polícia Penal, classe da qual faz parte. O parlamentar disse que os policiais militares estão diariamente nas ruas para reprimir o crime e a nomeação de novos policiais civis é importante para ajudar nas demandas que chegam aos distritos policiais.
“Tenho visitado as delegacias e identificamos que é importante, o mais rápido possível, a nomeação, para o trabalho nas delegacias continuarem. Há muitos anos não temos um concurso. Quero dizer que a segurança é uma engrenagem que não pode parar de funcionar. Temos a PM, com seu papel ostensivo nas ruas, para inibir os crimes. Mas caso o crime aconteça, a Civil tem que investigar e prender, e o sistema prisional precisa estar forte”, explicou, ao afirmar que a nomeação de policiais penais precisa ser feita.
Conforme Rárison, são mais de quatro mil reeducando nas unidades prisionais de Roraima. Por isso, ele fala que reforçar as forças policiais é “amarrar uma ponta solta”. “Se não fizermos essa engrenagem funcionar, é enxugar gelo. Quero pedir para somarmos forças em prol dessas demandas”, solicitou o deputado, que preside a Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa.
O deputado Marcos Jorge, que foi ministro da Indústria na gestão do ex-presidente da República Michel Temer, recordou que, à época, no governo federal, destinou recursos para fortalecimento das fronteiras em Roraima, para ajudar no combate ao tráfico internacional de drogas. Segundo ele, as ações não tiveram continuidade. Dessa forma, o parlamentar também disse que é preciso injetar recursos na Segurança Pública.
“Sabemos que o governador Antonio Denarium tem dado atenção à área. Em 2019, depois da intervenção, o grande debate foi a Segurança Pública. É preciso que todas as polícias estejam equilibradas, trabalhando dentro da sua competência e integradas. Mesmo com a descontinuidade das ações nas fronteiras, a Polícia Civil não recuou um milímetro, o que demonstra o compromisso da instituição, mesmo em dificuldade em relação a pessoal e ao orçamento para combater esse mal terrível que são as drogas”, avaliou.
Josué Ferreira