Lean: Metodologia reduz lotação de emergências médicas do HGR

Método fez com que os fluxos de trabalho das emergências médicas ganhassem melhor dinamismo, eliminando os desperdícios. – Foto: Ascom/Sesau

Considerada como a principal referência hospitalar do Estado, o HGR (Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento) registrou redução nos índices de lotação em emergências médicas, graças à metodologia Lean.

O Lean pode ser traduzido como “produção enxuta”, e é uma metodologia japonesa que chegou ao ocidente após a Segunda Guerra mundial. Utilizada em praticamente todos os setores produtivos, foi adaptada para a área da saúde nos anos 90, com impactos muito positivos na área.

Implantado na unidade em maio, a iniciativa tem como foco a melhoria progressiva dos aspectos de humanização e agilidade de atendimento ao paciente. O Lean é um projeto do Ministério da Saúde, que no caso de Roraima, conta com dois consultores da Beneficência Portuguesa de São Paulo (SP).

“Com ele, nós trabalhamos a questão da lotação das emergências e os três indicadores principais que nós tivemos foram bem representativos em relação à redução desse fator”, ressaltou a assessora da direção de enfermagem do HGR, Ana Renata Guirro.

O primeiro indicador avaliado foi o NEDOCS (sigla em inglês para Escala de Superlotação do Departamento Nacional de Emergência), que mediu o percentual de lotação do Pronto Socorro Francisco Elesbão. Nele, foi analisada a agilidade das equipes nos horários de atendimentos considerados de pico, que são às 10h e às 16h. A redução alcançada foi de 74%.

O segundo indicador avaliado foi o LOS (sigla do inglês Length of Stay) com Internação, que mede o tempo transcorrido entre a entrada de pacientes que necessitam de internação até a sua alta médica. Nesse quesito, a unidade apresentou redução de 95%.

Já o último indicador é conhecido como LOS sem Internação, que é basicamente o tempo de entrada do paciente da unidade sem a necessidade de internação. A redução apresentada foi de 60%.

Em resumo, o Lean fez com que os fluxos de trabalho das emergências médicas ganhassem melhor dinamismo, eliminando os desperdícios com as atividades de baixo valor agregado. A pontuação geral foi de 309 para 154 em quatro meses, desde a implantação do projeto.

“Todos os indicadores e atividades que foram realizadas [no HGR], elas foram focadas na questão de fluxo de processo. É importante ressaltar que esses dados estão sendo acompanhados diretamente pelo Ministério da Saúde, junto com os consultores, onde ao final desse ciclo nós estaremos concorrendo com mais 38 hospitais para apresentar o nosso case de sucesso em São Paulo”, frisou Ana.

As avaliações das etapas do Projeto Lean no HGR foram feitas por dois representantes da Beneficência Portuguesa, que estiveram participando de em encontros quinzenais na unidade.

A dona de casa Célia Maria Francisca, de 57 anos, veio do município de Iracema trazer o filho para o atendimento na emergência. Ela avaliou a agilidade da unidade como um ponto positivo.

“Eu vim de lá para cá com ele doente, suspeita de pneumonia. Fomos bem recebidos aqui, e não demorou. Estamos aqui ainda porque estamos esperando só o resultado do exame”, completou.

Suyanne Sá

 

 

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