A parceria entre os Governos de Roraima e Federal para derrubar os entraves da construção do Linhão de Tucuruí, que vai interligar Roraima ao SIN (Sistema Interligado Nacional), resultaram em um momento histórico: o TRF1 (Tribunal Regional Federal da 1° Região) homologou acordo judicial que conclui as ações públicas sobre o licenciamento ambiental para a obra.
Com isso, se permite a continuação das obras dos 715 km da linha de transmissão, sendo que 122 km do linhão passarão dentro da Terra Indígena Waimiri-Atroari, às margens da BR-174. No total, 425 km da linha de transmissão passarão pelo lado roraimense, enquanto que cerca 122 km passarão em território amazonense.
Para que essa decisão se tornasse realidade, a atual gestão do Governo de Roraima esteve presente em todas as etapas deste processo, dialogando em todas as frentes, principalmente junto aos povos indígenas da Terra Indígena Waimiri-Atroari, comunidade que também é interessada no projeto.
O Governo também dialogou e formou parcerias com os senadores, deputados federais e estaduais de Roraima. Tudo isso foi feito por meio de conversas e audiências públicas que contaram com a participação da Funai (Fundação Nacional do Índio) e de representantes de organizações indigenistas.
Em maio deste ano, foi publicado o termo de repasse de R$ 133 milhões para os povos indígenas Waimiri-Atroari como forma de compensação pelo impacto ambiental do empreendimento, necessário para garantir a continuidade das obras e a segurança energética de Roraima.
Enquanto o linhão não vem
Com investimentos de R$ 1,5 milhão, a construção do Linhão de Tucuruí deve ter duração de 36 meses e, em outubro deste ano, está previsto o início da obra da subestação Boa Vista.
Sabendo da necessidade de garantir a segurança energética para o Estado enquanto a interligação ao SIN não saía do papel, o Governo de Roraima contratou, por meio de leilão realizado pelo Governo Federal em 2019, o consórcio de empresas Oxe Energia.
O consórcio contratado é responsável por um empreendimento composto por quatro usinas termoelétricas de biomassa de madeira reflorestada, do tipo Acácia Mangium. Destas, duas já estão em funcionamento em Bonfim e Cantá, gerando energia limpa e de qualidade para Roraima.
Cada uma dessas termoelétricas terão capacidade de produção de 10 MW, o que irá totalizar 40 MW a mais de energia gerada para o Estado. O investimento é de R$ 365 milhões
O mesmo leilão que liberou as usinas administradas pela Oxe Energia também autorizou a construção de mais cinco geradores de energia limpa. Uma delas é a usina termoelétrica Jaguatirica II, localizada na zona Rural de Boa Vista. Considerada a maior desse conjunto, produz 126,29 MW de potência, graças a produção de energia movida a gás natural.
Ayan Ariel