Moro-Morí: comunidade Serra da Moça faz a primeira despesca de tambaquis com projeto-piloto da prefeitura

Lançado em março deste ano, os produtores conseguiram produzir no primeiro tanque 1,8 tonelada de peixe tambaqui, que já está sendo comercializado em Boa Vista. – Fotos: Giovani Oliveira

A comunidade indígena Serra da Moça encerra o ano de 2023 com bons resultados do projeto-piloto de piscicultura “Moro-Morí”, lançado em março deste ano pelo prefeito Arthur Henrique. Essa semana foi feita a despesca de 1,8 tonelada do peixe tambaqui, que já está sendo comercializado na cidade e nas comunidades indígenas vizinhas.

A despesca consiste na retirada de peixes dos viveiros para o consumo na comunidade como também para a comercialização. O prefeito Arthur Henrique ficou feliz em ver o resultado de todo esse trabalho dos piscicultores na própria comunidade indígena, com investimentos que a gestão faz à agricultura familiar.

“Oferecemos todo o suporte, desde a escavação dos tanques, capacitação dos produtores, entrega dos alevinos, fornecimento de ração durante todas as etapas, entrega dos equipamentos para monitoramento da qualidade da água e dos peixes, além da assistência técnica necessária durante o ciclo. Agora parte dos peixes, que pesam entre 2,5kg a 4kg, estão sendo comercializados e serão consumidos pela comunidade. Nossa proposta é alcançar brevemente todas as comunidades indígenas”, disse o prefeito.

O tuxaua da comunidade Serra da Moça, Alexsandro Chagas, conta que foi um privilégio os produtores receberem toda a capacitação para a criação dos alevinos, até chegar à despesca. “Foram cerca de nove meses de um trabalho que foi graças ao incentivo da prefeitura e estamos fazendo a primeira despesca, trazendo o fortalecimento da sustentabilidade e o incremento da economia da própria comunidade”, disse o tuxaua.

O técnico em piscicultura Juarez Barros é quem faz todo o acompanhamento do processo, desde a análise d’água até o fornecimento do tipo de ração adequada para cada fase de crescimento dos peixes.

“Sempre fazemos uma sondagem de onde será construído o tanque, depois povoamos com os alevinos e damos assistência técnica mensal do início ao fim, desde o curso teórico ao prático, até chegar na despesca. É um projeto da prefeitura que está dando certo e a proposta é a comunidade seguir adiante”, destacou.

Moro-Morí

Desenvolvido pela Prefeitura de Boa Vista, o projeto busca atender as 17 comunidades indígenas, beneficiando cerca de 800 famílias. A comunidade Serra da Moça foi a primeira a receber essa iniciativa, com 12 famílias de produtores da região atendidas. As próximas a fazer a despesca são as comunidades Campo Alegre, Darôra, Vista Alegre e Ilha, que está prevista para o mês de fevereiro.

Wandilson Prata

 

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