A Aderr (Agência de Defesa Agropecuária de Roraima) emitiu ofício descartando a obrigatoriedade do exame de mormo como condição para a emissão de GTA (Guia de Trânsito Animal) em Roraima para a movimentação de equídeos (cavalos, burros, pôneis e asnos).
A medida está amparada na Portaria nº 593, publicada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, que define novas diretrizes para prevenção, controle e erradicação da doença no Brasil. Antes da publicação desta resolução, o exame negativo era obrigatório e tinha validade de 60 dias.
De acordo com o Ofício da Aderr, “o Estado não emitirá normativa complementar, seguindo as determinações previstas na portaria do Mapa que determina o fim da exigência de exames de mormo como condição para emissão de GTA para trânsito e para participação de eventos onde essa exigência não conste em regulamento próprio”.
Os organizadores dos eventos, responsáveis técnicos e produtores rurais devem comunicar, em caso de suspeita da doença, ao Serviço Veterinário Oficial conforme destaca o presidente da Aderr, Marcelo Parisi. “É extremamente importante que os responsáveis pelos animais com sintomas do mormo ou de outras doenças de notificação obrigatória comuniquem à Aderr para que se tomem medidas emergenciais a fim de que se evite a disseminação da doença no Estado”.
Mas a emissão da GTA de equídeos continua com a obrigatoriedade de resultado negativo de Anemia Infecciosa Equina.
O que é mormo?
Mormo é uma doença causada por uma bactéria (Burkholderia mallei) e atinge os equídeos, de maneira geral (cavalos, asnos, burros, etc.). A contaminação ocorre pelo contato com secreções, pus, fezes ou urina de animais infectados, de modo que a bactéria invade a corrente sanguínea do animal e se espalha pelo organismo.
Os principais sintomas da doença nos animais são nódulos subcutâneos nas mucosas nasais, pulmões e gânglios linfáticos, além de catarro e pneumonia.
Os casos mais graves costumam ocorrer em asininos e em cavalos, podendo até ser assintomático. Assim, de maneira geral, a taxa de mortalidade da doença é alta e gera graves consequências para os rebanhos — justificando a preocupação das autoridades com qualquer ocorrência.
A partir da presença de um animal infectado na propriedade, o mormo é comumente transmitido pela água, ambiente onde a bactéria pode sobreviver por bastante tempo — mas também pode se alastrar através de utensílios e alimentos contaminados. Dessa forma, uma das principais medidas para evitar que a doença se espalhe é a desinfecção completa e rigorosa da propriedade.
Elias Venâncio