Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Dominguinhos…não é incomum que esses nomes venham à memória quando se fala de forró. No entanto, pouco se fala sobre a relevância e o pioneirismo das mulheres para o ritmo, desde o princípio até os dias atuais.
É com o desafio de mergulhar nesse universo que o Minidocumentário “A história das mulheres no forró” narra quase 100 anos de contribuições femininas para esse gênero musical com raízes nordestinas e muito popular em Roraima. Com destaque para a jovem sanfoneira Anne Louise, a primeira sanfoneira do estado a seguir carreira artística.
Em entrevista exclusiva para o minidoc, Anne aborda suas inspirações e os desafios enfrentados na carreira, como o musical que protagonizou sobre a forrozeira Marinês: “A gente somou a história dela às nossas vivências, como subir no palco e ter algum técnico de som perguntando quem é o homem da banda, não dirigir a palavra a mim”. A experiência, segundo ela, foi crucial: “Fortaleceu eu entender a minha identidade como mulher do forró”.
Apesar da pouca idade, Anne Louise já acumula reconhecimento de artistas nacionais, tendo dividido palco com atrações como Duda Beat, Marina Senna e, mais recentemente, o cantor pernambucano João Gomes, que sinalizou publicamente na Expoferr, a possibilidade de empresariar a carreira dela.
O minidocumentário que conta a história de Anne, tem 55 minutos de duração, é assinado pelo Igoarias Musicais e está disponível gratuitamente no Youtube: a HISTÓRIA das MULHERES no FORRÓ – YouTube. Confira abaixo!
Para além da sanfoneira roraimense, a produção traz entrevistas exclusivas com forrozeiras, pesquisadores e musicistas espalhadas pelo Brasil. A exemplo da cantora Kelly Marques, que pesquisa sobre a história das mulheres no forró pela USP e a recifense Joyce Alane, expoente da nova MPB que lançou, em junho desse ano, o disco intitulado “Casa Coração”, um álbum com releituras de clássicos do forró.
“Eu quis dar uma repaginada de forma muito respeitosa, honrando minhas raízes e valores ao forró” ressaltou a cantora e compositora que acumula parcerias com nomes como João Gomes, Dorgival Dantas e Santana, o cantador.
“Eu consegui reunir mais de 110 nomes, mas o número real é muito superior”, cita Igor Marques, diretor da produção,
“O mais impactante foi perceber que elas são as personagens principais não só na música, mas também nos bastidores”. A produção ainda ressalta a atuação crucial de mulheres na salvaguarda do forró como patrimônio cultural. Partindo de exemplos como Joana Alves, que liderou o movimento de reconhecimento do forró como Patrimônio Imaterial do Brasil pelo IPHAN em 2021, aliada a nomes como Marizete Nascimento, fundadora da Associação Asa Branca em Salvador, e de Tereza Accioly, presidente da Sociedade dos Forrozeiros Pé-de-serra em Pernambuco.
