Na segurança urbana em Boa Vista, a liderança feminina não é tabu. É bastante comum encontrar em todos os cantos da cidade uma mulher fardada, imponente, que mostra que a sociedade está evoluindo e mulheres determinadas e guerreiras estão indo às ruas zelar e cuidar da nossa capital.
Sendo Boa Vista uma cidade que oferece as mesmas oportunidades às mulheres, é onde se observa o crescimento e a mudança no cenário do mercado de trabalho. E por isso, hoje, ser líder dentro de uma instituição de segurança pública, também é “lugar de mulher” e pode ser alcançado antes mesmo dos 30 anos de idade.
A guarda municipal Flávia Catanhede é um exemplo claro dessa liderança feminina. Aos 21 anos, ingressou na Guarda Municipal de Boa Vista. E hoje, aos 28 anos, é diretora da Defesa Civil. Ou seja, são quase 7 anos vivendo uma experiência com algo que sempre se identificou profissionalmente: a segurança pública.
Nadadora profissional desde criança, se especializou nessa área até chegar ao cargo de chefia, fruto de muito estudo e dedicação. Fora de Boa Vista, em competições que participou, teve reconhecimento nacional dentro da natação, sendo finalista brasileira júnior em 2012, medalhista universitária brasileira em 2013, medalhista sul-americana em 2015.
Sua força de vontade é baseada na criação que teve com a mãe e a avó materna, mulheres que criaram os filhos para mundo, sem tantas condições financeiras. Assim, ela cresceu sabendo poderia ser tudo o que quisesse.
“No meu efetivo, 70% são homens. Mas sou respeitada e conseguimos trabalhar. Hoje, tudo o que a Guarda Civil me oferece eu sempre sonhei. A segurança pública é sim a minha carreira. E foi tendo mulheres fortes ao meu lado que consegui chegar até aqui”, destacou Flávia.
Em janeiro deste ano, Fernanda Silva concretizou o sonho de ser guarda municipal, aos 29 anos. Formada em Direito e com boa parte da sua carreira profissional dedicada à assessoria jurídica, ela nunca parou de estudar, para um dia também fazer parte da segurança pública. E hoje, finalmente, ela veste a farda que sempre observou nas ruas. Filha única, ela não tem parentes na área da segurança. Agora, quer inspirar, principalmente, outras mulheres da família.
“Mulher na segurança é importante. É bonito de ver, principalmente, como líder. Falo para todas as mulheres que lutem por seus sonhos e os concretizem. Aqui na guarda estamos de braços abertos esperando por vocês. Não tem diferenciação de cotas para mulheres. A instituição valoriza muito”, disse Fernanda.
Na Superintendência Municipal de Trânsito (SMTRAN) também tem mulher guerreira liderando. Ednalva Freitas iniciou a carreira em 2008 como agente de trânsito. Sempre se identificou com leis. E, principalmente, sempre teve a vontade de vestir uma farda da área de segurança.
Em 2015, foi convidada para ser chefe da Divisão de Educação para o Trânsito. Dois anos depois, se tornou diretora de três divisões da Smtran. E em 2021, veio a melhor notícia de sua carreira: ser a superintendente municipal de Trânsito.
Ednalva veio do interior do Estado, mas sempre teve a visão de que chegaria a realizar esse sonho de ingressar em uma instituição de segurança pública. Mas antes disso, aos 20 anos, foi vendedora de confecções e atuou muitos anos na área administrativa de uma escola.
“Eu, como mulher e chefe, causo impacto. Tive meu direito garantido, pelo qual muitas mulheres lutaram. Observo que as agentes do meu departamento têm garra, perseverança e muito compromisso com a sociedade. E todas nós podemos assumir cargos importantes”, destacou Freitas.
Karina Mota