As vendas de Natal em Roraima devem movimentar R$ 184,8 milhões no comércio varejista este ano, segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O assessor econômico da Fecomércio/RR, Fábio Martinez, destaca que este ano “deverá ser registrado o maior valor em vendas em toda a série histórica no Estado, apresentando um crescimento de 8,6% na comparação com o Natal de 2021. Descontada a inflação, teremos um aumento acima da inflação em torno de 2%”, concluí o economista.
Conforme o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a perspectiva positiva para este ano, em todo o país, decorre da normalização do fluxo de consumidores alcançada na virada do primeiro para o segundo semestre de 2022. “Contribuem ainda a evolução favorável do nível de ocupação no mercado de trabalho e a desaceleração da inflação”, aponta Tadros. A inflação deve encerrar o ano abaixo de 6,5%, 3,5 pontos percentuais menor que o verificado no acumulado de 12 meses, em dezembro do ano passado.
Por outro lado, o presidente da CNC indica que o encarecimento do crédito e o comprometimento da renda média com dívidas devem frear a expansão das vendas neste ano. De acordo com dados do Banco Central, a taxa média de juros praticados nas operações de crédito livres destinadas às pessoas físicas está no maior patamar desde o primeiro trimestre de 2018. Adicionalmente, o comprometimento da renda média atingiu 28,71% no fim do terceiro trimestre, o maior patamar da série histórica disponibilizada pela própria autoridade monetária, iniciada em 2005.
Natal dos hiper e supermercados
O ramo de hiper e supermercados deverá ser o de maior movimentação financeira no Natal deste ano, respondendo por 38,6% do volume total. Em seguida, estão as lojas de roupas, calçados e acessórios 33,9% e os estabelecimentos especializados em artigos de uso pessoal e doméstico 12,6%.
Conforme a CNC, o destaque se justifica pela relevância do comércio de alimentos no âmbito do faturamento anual do varejo brasileiro – e por ser, historicamente, o principal responsável pela geração de receitas do setor. Já no que diz respeito ao ramo de roupas, calçados e acessórios, o impacto da data é maior. Em média, as vendas no varejo crescem 25%, na passagem de novembro para dezembro – o percentual sobe para 80% no caso da venda de roupas e acessórios.
Regionalmente, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro concentrarão 51,3% da movimentação financeira prevista. Distrito Federal e Rio Grande do Sul são os Estados com as maiores projeções de avanço nas vendas, na data (altas de 6,8% e 6,2%, respectivamente).
Variação do câmbio favoreceu importações
Apesar da desvalorização recente, a taxa de câmbio do dólar, no trimestre compreendido entre setembro e novembro de 2021 e no mesmo período deste ano, recuou, em média, 4,5%. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do governo federal, as importações de produtos tipicamente natalinos cresceram 8% entre setembro e novembro de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado e atingiram US$ 468,9 milhões. Esse é o maior volume desde 2014, quando o valor chegou a US$ 487,9 milhões. As maiores altas de compras do exterior em relação ao Natal passado foram de itens de perfumaria, com crescimento do volume financeiro de 167%, e de oleaginosas (como nozes, avelãs e castanhas), com aumento de 35%.
Iara Bednarczuk