Agentes da PCRR (Polícia Civil de Roraima) lotados na SIOP (Seção de Investigação e Operação) da Delegacia de Normandia cumpriram um mandado de prisão preventiva, nesta terça-feira, 7, em desfavor do agricultor E. S, 54 anos, acusado do crime de estupro de vulnerável praticado contra duas crianças.
De acordo com informações prestadas pelo Delegado Titular de Normandia, Rodrigo Gomides, o acusado trabalhou como vaqueiro na fazenda dos familiares das vítimas, localizada na Comunidade Indígena Santa Maria, município de Normandia, por 24 anos, de 1998 a 2022. Na fazenda também moravam as vítimas que, na época, tinham apenas 6 anos e 8 anos de idade.
“Em 2022 uma das crianças estava com depressão e foi levada pelos pais para Boa Vista. Ao ir à escola, a professora percebeu uma diferença no comportamento da aluna e observou que ela estava se mutilando nos braços e nas pernas. A professora comunicou a direção da escola, que acionou o Conselho Tutelar”, contou o Delegado.
Ainda conforme o Delegado, em setembro de 2022, foi registrado um BO (Boletim de Ocorrência) no NPCA (Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente) em Boa Vista e, logo em seguida, foi instaurado um inquérito policial pela Delegacia de Normandia.
Foram realizados exames periciais e, entre eles, o de conjunção carnal, no qual foi confirmada a violência sexual. Como o caso ocorreu em uma Comunidade Indígena em Normandia, o caso foi encaminhado à Delegacia que atua na circunscrição do município.
“Ouvimos testemunhas e as vítimas que relataram que o acusado aproveitava a saída dos familiares para trabalhar na roça para violentar as meninas e cometer os abusos sexuais. Os crimes teriam ocorrido ao longo de seis anos e as vítimas eram ameaçadas para não revelar sobre a violência sexual as quais eram submetidas”, disse Gomides.
Uma das vítimas, hoje com 15 anos, contou que foi estuprada dos 6 aos 12 anos, a outra, hoje com 17 anos, relatou que sofreu a violência sexual dos 8 aos 14 anos.
Diante da constatação dos fatos, o Delegado representou pela prisão preventiva do acusado. O Promotor de Justiça da Comarca de Bonfim foi favorável à prisão e a Juíza expediu o mandado de prisão do acusado.
“Esse é um trabalho conjunto, onde precisamos agir com celeridade para garantir a segurança das vítimas, que sofrem grandes traumas por conta desse tipo de violência”, ressaltou.
A prisão ocorreu em uma Comunidade de difícil de acesso em Normandia, sendo que a equipe de policiais civis demorou mais de 06 horas para chegar ao local da prisão. Com a participação do Tuxaua, foi cumprida a determinação da Justiça e ele não resistiu à prisão. Na Delegacia, o acusado negou que tenha cometido os crimes contra as duas meninas.
“O agricultor também foi apontado pelas vítimas de ter violentado outra menina de 12 anos de idade e, sobre este caso, ele disse que o avô da vítima permitia o abuso sexual em troca de mantimentos. Ele também é suspeito de manter relações sexuais com uma cadela enquanto trabalhava na fazenda. Esses delitos serão investigados.
Após o interrogatório, o agricultor foi encaminhado à Boa Vista, onde passará por Audiência de Custódia.
