Novembro Roxo: piquenique marcou o encerramento das atividades da campanha neste sábado

O encontro ocorreu na Praça do Mirandinha, no bairro Caçari. Fotos: Fernando Oliveira

O HMINSN (Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth) realizou na tarde deste sábado, dia 18, um piquenique encerrando as atividades alusivas ao Novembro Roxo, mês da conscientização sobre a prematuridade. O encontro ocorreu na Praça do Mirandinha, no bairro Caçari.

A Campanha deste ano traz o slogan “Pequenas Ações, Grande Impacto” e objetiva promover debate sobre a prematuridade, discutindo os cuidados e prevenção do parto prematuro.

A médica pediatra, Ana Carolina Brito, falou sobre a importância do Novembro Roxo e o que é preciso fazer para evitar um parto prematuro.

“O mês de novembro é importante para todas as instituições de saúde que lidam com bebês prematuros. É o mês símbolo para falar sobre a prevenção do parto prematuro. Um bebê, quando nasce antes de 37 semanas, tem o risco de precisar de ajuda para respirar, de ter uma condição que convide ele a se separar da mãe para receber uma oxigenoterapia, uma internação hospitalar, porque ele não está pronto ainda para sair do útero”, explicou.

Conforme a médica, as gravidezes devem ser muito bem planejadas e muito bem acompanhadas com o pré-natal adequado. Ao longo desse pré-natal são preconizados pelo Ministério da Saúde pelo menos sete consultas com o ginecologista obstetra, realização de exames laboratoriais e de exames de imagem para identificar precocemente situações que possam ocasionar o parto prematuro como uma infecção urinária, diabete gestacional e como malformação fetal.

Ainda de acordo com ela, quando o problema é identificado, a paciente pode ser tratada e acompanhada pelo Centro de Referência da Saúde Mulher com uma equipe, inclusive com especialista em medicina fetal que faz o acompanhamento dessa gestante.

“O acompanhamento dessa gestação é importante para avaliar qual o melhor momento desse bebê nascer e o que pode ser evitado para que não haja sequelas motoras e cognitivas no futuro. Um bebê quando nasce antes do tempo, ele não tem somente a sua idade antecipada, mas é um cérebro imaturo, um pulmão imaturo, um rim imaturo. Então existe uma chance muito grande de vir a ter dificuldade para se alimentar, dificuldade pra aprender, dificuldade pra falar. Por isso, quando o bebê recebe alta da maternidade, ele é encaminhado para uma equipe de especialista que vai acompanhar os primeiros dois anos de vida do bebê”, esclareceu Ana Carolina.

Mães de prematuros destacam a importância do Novembro Roxo

A jornalista Bárbara Falcão é mãe de prematuro e falou da importância do evento que reúne mães de bebês prematuros para dar visibilidade

“Enquanto sociedade civil, a gente sempre ouve falar da campanha Novembro Roxo, mas quando a gente vivencia e faz parte desse meio, passa a conhecer profundamente histórias de superação, como também a informação que ainda falta para a sociedade saber o que vai além dessa conscientização da prematuridade que são os direitos da criança ao nascer e que ela pode contar com a rede pública. O Governo do Estado tem o Centro de Referência da Mulher onde as mães vão poder contar com todo apoio médico de profissionais experientes, para que essa criança possa crescer e se desenvolver com saúde. O meu recado para as gestantes é que não deixem de fazer o pré-natal que é fundamental”.

Janynnie Matos é mãe de prematuro e faz parte da ONG (Organização não Governamental Prematuridade.com) e das Mães das Pedras Preciosas.

“Esse piquenique é uma ação que realizamos todos os anos em conjunto e é sempre cheio de emoções. As pessoas realmente ajudam, abraçam a causa. Nesse momento, a gente consegue perceber vários milagres, crianças que saíram da UTI, com ou sem sequelas, mas que as mães estão aqui. Fazemos roda de conversas, é um dia muito especial que a gente comemora o Dia Mundial da Prematuridade. É uma causa muito nobre”.

Os depoimentos são cheios de emoção. Talita Pires é mãe de um bebê prematuro e fala sobre o dia a dia e a relevância de discutir o tema.

“É muito importante, principalmente para mim. Sou mãe de primeira viagem. Eu não sabia nada, cheguei à UTI toda desorientada e lá eu conheci pessoas que me ajudaram. Essa causa precisa ser vista porque todo dia nasce bebê prematuro. Eu comecei meu pré-natal muito cedo, porém a minha pressão começou a aumentar e não teve mais controle, fiquei internada e ela não baixava, mesmo eu fazendo dieta. O meu filho nasceu com 34 semanas e 1.500 gramas. Passei 40 dias dentro da UTI com ele. Foi um processo muito difícil, meu psicológico ficou muito abalado. O Novembro Roxo representa muito, porque cada vitória que esses bebês têm é gratificante para nós.”, finalizou.

Vânia Coelho

 

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