Em Roraima, as mulheres representam 51,3% do eleitorado do estado. Conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), são 187.999 eleitoras, enquanto homens somam 178.241.
Apesar disso, o índice de mulheres ocupando cargos de poder e participando efetivamente da elaboração de políticas públicas ainda é baixo. Para tentar mudar essa realidade, a Assembleia Legislativa (ALERR) conta com o Núcleo de Mulheres na Política.
De acordo com Antônia Calheiros, coordenadora do núcleo, a educação é o caminho para incentivar mulheres e empoderá-las para que se sintam aptas a ocuparem todos os espaços, especialmente na política.
“Nós, como agentes transformadores, temos que trabalhar a educação política na população feminina. A questão da pouca participação vem arraigada, é cultural. As mulheres acham que não podem participar por ter pouca instrução, e nós tentamos mudar esse cenário por meio da educação”, explicou a coordenadora.
Para estimular esse espaço de debate e aprendizado entre as mulheres, o núcleo desenvolve o projeto Espaço Vital. A equipe vai até os bairros da capital e promove encontros temáticos com o público feminino.
“Nós formamos grupos nos bairros e fazemos rodas de conversa temáticas. É um espaço de empoderamento, em que trabalhamos as questões de políticas públicas, igualdade de gênero e violências”, disse Antônia.
O Núcleo de Mulheres na Política funciona das 7h30 às 13h30, de segunda a sexta-feira, na avenida Ville Roy, número 5717, no Centro de Boa Vista. Também é oferecido atendimento jurídico e psicológico às mulheres atendidas pelo Espaço Vital.
Eleitorado feminino no Brasil
A predominância de mulheres entre o eleitorado se mantém em toda a região Norte, assim como no restante do Brasil. São 303.832 nortistas aptas a votar, enquanto os homens somam 284.599.
No país, são 82,3 milhões eleitoras, que correspondem a 52,65% do total. Já homens, totalizam 74 milhões, o equivalente a 47,33%.
Para a coordenadora da Escola Judiciária Eleitoral, Daniely Teixeira, o maior número de eleitoras não significa maior representatividade feminina na política.
“Apesar desse número ser maior [eleitorado feminino], ainda somos sub-representadas na política. A mulher sofre muito preconceito e é muito criticada na política. Ela não é ouvida e acaba se sentindo reprimida. Isso impacta na participação. Projetos de incentivo acabam despertando o interesse de participarem da política não só como eleitoras, mas como candidatas”, afirmou a coordenadora.
Roraima tem o menor eleitorado do país, que corresponde a 0,23% do total de pessoas aptas a votar. Em seguida, fica o Amapá, com 550.687 eleitores; Acre, com 588.433 e Tocantins, com 1.094.003.
Juliana Dama