Operação Coda: PCRR prende acusado de homicídio em Rorainópolis

Eli Leandro da Silva, de 62 anos, apelidado de “Mato Grosso”, foi assassinado num crime está relacionada a disputa por terra entre dois fazendeiros da região. – Fotos: Ascom/PCRR

Desde as primeiras horas deste domingo, 22, a PCRR (Polícia Civil de Roraima), deflagrou operação denominada “Coda”, para cumprir três mandados de prisão e cinco mandados de busca e apreensão. As ações ocorreram na sede de Rorainópolis, na Vila Nova Colina e na Vila do Equador. Uma pessoa foi presa e confessou o assassinato, por encomenda, de Eli Leandro da Silva, de 62 anos, apelidado de “Mato Grosso”. A causa do crime está relacionada a disputa por terra entre dois fazendeiros da região.

Desde o dia 22 de dezembro a equipe da Delegacia de Rorainópolis vem investigando o desaparecimento do idoso e os trabalhos apontaram que ele foi assassinado, por emboscada.

A operação para localizar e prender os envolvidos no crime foi coordenada pela delegada de Rorainópolis, Suébia Cardoso e envolveu agentes da Delegacia Geral da Polícia Civil, do NI (Núcleo de Inteligência), DPJI (Departamento de polícia Judiciária do Interior), GRI (Grupo de Resposta Imediata) e toda a equipe de policiais de Rorainópolis.

De acordo com informações prestadas pela delegada Suébia Cardoso, no dia 22 de dezembro foi registrado o Boletim de Ocorrência, com a comunicação do desaparecimento do idoso Eli Leandro, que trabalhava em uma fazenda e vivia sozinho na região, não tendo familiares.

O desaparecimento foi registrado pelo dono da fazenda que ele trabalhava e a informação é de que foi visto caminhando por volta das 21 horas, do dia 05 de dezembro, na Vicinal Trairi, no KM 14, próximo ao lote 20, em Nova Colina. Uma testemunha viu a vítima caminhando, usando um boné e um balde. Momentos depois, essa testemunha ouviu disparos de arma de fogo e logo depois uma motocicleta passou em alta velocidade.

Foi visto uma poça de sangue nas proximidades do local em que se ouviram os tiros. Também foi encontrado o balde que a vítima carregava e seu chapéu caídos no chão, mas não havia corpo. Como o dono da fazenda que ele trabalhava não mora no local, ao chegar na região e tomar conhecimento do desaparecimento, procurou a Polícia.

A delegada esclareceu que o patrão de Mato Grosso, C. A. C., tinha um litígio de terras com J. J. S., de 40 anos, principal suspeito de ser mandante do crime e que está com a prisão decretada e é considerado foragido pela Polícia Civil.

Conflito de terra

Mato Grosso morava em um lote, que segundo C. A. C., era dentro de sua propriedade. A terra também era contestada por J. J. S., que afirmava ser de sua propriedade. Como muitas pessoas usavam este terreno como passagem, C. A. C. mandou fazer uma porteira e proibiu o trânsito no local. Ele também determinou que Mato Grosso tocasse fogo em alguns barracos que construíram dentro de seu terreno. A ação causou revolta, principalmente a J. J. S., pois a casa de seu pai foi destruída.

Com a disputa, J. J. S., ingressou na Justiça e conseguiu a reintegração de posse da área. Entretanto, ainda segundo a delegada, a vítima Mato Grosso confidenciou a amigos que se arrependeu de ter ateado fogo nos barracos e que temia por sua vida, pois ficou na linha de frente da disputa e que se sentia ameaçado, vez que J. J. S., teria afirmado que se vingaria.

Investigações apontam execução e ocultação de cadáver

A equipe da Delegacia de Rorainópolis iniciou as investigações e, após a oitiva de várias testemunhas, inclusive várias delas manifestaram estar com muito medo, pois se sentiam ameaçadas, os policiais conseguiram localizar o corpo da vítima.

As investigações apontam que o crime foi praticado por A. H. B. S., de 24 anos e E. L. S., de 22 anos. Os dois homens, segundo as investigações, mataram a tiros de espingarda calibre 12 e revólver calibre 38, a vítima Mato Grosso. Depois, eles tiraram o corpo de local, coagiram uma terceira pessoa a cavar uma cova e enterraram o cadáver.

A equipe da Polícia Civil localizou os restos mortais na vítima na madrugada do último dia 20, ocasião em que uma equipe do IML (Instituto de Medicina Legal) fez a remoção para Boa Vista, para exame cadavérico.

Operação Coda

A delegada Suébia Cardoso representou pela prisão preventiva dos dois homens apontados como executores da vítima Mato Grosso, A. H. B. S. e E. L. S., e, também pelo acusado de mandante do crime, o fazendeiro J. J. S.

A delegada representou ainda por mandados de busca e apreensão em cinco lugares, visando apreender telefones celulares e armas de fogo.

“Para o êxito das investigações, é importante enaltecer o trabalho da Justiça, especialmente da Comarca e da Promotoria de Rorainópolis, pela agilidade na expedição dos mandados, tanto de prisão quanto de busca e apreensão. Essa presteza foi muito importante para o cumprimento da missão”, disse a delegada.

Na manhã deste domingo, policiais civis se deslocaram de Boa Vista para integrar a equipe de Rorainópolis. Foram feitas buscas na sede de Rorainópolis, na sede e área rural da Vila Nova Colina e da Vila do Equador.

Foram apreendidos quatro telefones celulares. O acusado E. L. S., foi preso dormindo na casa da namorada, na Vila Nova Colina. Durante seu interrogatório ele confessou o crime. Disse que foi contratado para matar a vítima pelo valor de R$ 2 mil. Ele disse que matou juntamente com A. H. B. S. O crime foi encomendado por J. J. S., que é patrão de A. H. B. S. e foi executado por emboscada. Os dois homens aguardaram a vítima passar pelo caminho de sua casa para executá-la, de forma covarde, sem chance de defesa,

“Cumprimos o mandado de prisão dele e o encaminhamos para Boa Vista, para exame de integridade física no IML e, na segunda-feira, será apresentado na Audiência de Custódia. Os outros dois homens não foram encontrados, mas as buscas continuam para prendê-los. Para a Polícia Civil o crime está esclarecido. Falta localizar e prender os dois acusados do crime, que foram dados como foragidos”, disse a delegada.

Origem da Operação

A Operação Coda foi batizada com este nome, pois remete à palavra covardia, em latim. Neste caso, a vítima estava dominada pelo medo diante das ameaças que vinha sofrendo, sendo alvo fácil para seus executores, que a mataram de forma covarde.

 

 

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