A Secretaria de Saúde, por meio da CET-RR (Central Estadual de Transplantes de Roraima), realizou neste sábado, 23, o Pedalando pela Vida, passeio ciclístico alusivo ao Setembro Verde, campanha que tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos.
Mais de 150 ciclistas, entre adultos e crianças, participaram do passeio, saindo do Parque Anauá com destino ao Roraima Garden Shopping, onde ocorreu uma panfletagem.
A coordenadora da CET, a médica Patrícia Renovato, falou sobre o objetivo do Pedalando Pela Vida e da programação que ocorrerá em alusão ao Setembro Verde, a Semana do Transplante e o Dia Nacional da Doação de Órgãos.
“Dia 27 de setembro é o Dia Nacional da Doação de Órgãos e começamos nossas atividades em alusão ao Setembro Verde e à Semana do Transplante com esse pedal pela vida. O Projeto é uma iniciativa para conscientizar a população de que o Estado faz parte da rede nacional de doação de órgãos. É uma forma de mostrar como funciona e que, para ser doador, a pessoa precisa manifestar o desejo. É preciso que a família saiba que você é um doador”, enfatizou.
De acordo com a coordenadora, a programação alusiva ao Setembro Verde contará também com a atividade capacitação dos futuros médicos; com foco no Protocolo de Morte Encefálica e Comunicação de Más Notícias. Essa atividade será realizada na terça-feira, dia 26, no CRM-RR (Conselho Regional de Medicina de Roraima), a partir das 18h30.
“Teremos no dia 26, no CRM RR (Conselho Regional de Medicina), palestras para acadêmicos e recém-formados e finalizaremos com uma capacitação para os médicos estarem aptos para fazerem o diagnóstico de morte encefálica”, reforçou.
Ainda segundo ela, qualquer um pode ser doador desde que os órgãos estejam bons e que a família autorize. Em um momento de fatalidade e, quando houver o diagnóstico de morte encefálica, uma equipe médica faz uma entrevista com familiares do paciente. A família decidirá se ele é doador ou não.
“É preciso que os órgãos estejam bons, todos os exames laboratoriais adequados e ser compatível com o receptor. A partir do momento em que ele doa, entrar em uma fila e será feita uma triagem. A partir daí é que será identificado quem receberá o órgão. Qualquer um pode ser doador, por isso é importante a família saber da intenção, porque é a família que vai autorizar ou não a doação. O principal obstáculo para a efetivação da doação ainda é a recusa familiar”, explicou.
O médico Don Martins, que também faz parte da Central Estadual de Transplantes, explicou como é feito o trabalho nas unidades hospitalares e lembrou do caso do comunicador Faustão que trouxe à tona a questão e fez com que as pessoas buscassem se informar mais sobre o assunto.
“Setembro é o mês de conscientização da doação de órgãos e tecidos no Brasil inteiro. Então a gente da Central Estadual de Transplantes resolveu fazer uma semana de atividades, uma delas é o Pedalando pela Vida, que é uma forma de conscientizar a população de que pode ser doador de órgãos e ajudar outras pessoas. Recentemente, o caso do Faustão veio muito a calhar, justamente porque as pessoas passaram a se informar mais e saber que em Roraima existe a possibilidade de você ser doador. Uma doação salva muitas vidas e qualquer pessoa pode ser doadora”, frisou Don.
A professora Válbia Rolim, de 53 anos, faz parte da equipe de pedal, Desafiando Limites, participou do Pedalando pela Vida e ressaltou a importância da ação e da participação da população que precisa saber que pode salvar vidas doando órgãos.
“É uma campanha de suma importância e todos nós podemos salvar vidas. Com o coração, com a pele, com rim, com os olhos, porque estamos aqui para compartilhar e proporcionar alegria para outras pessoas”, afirmou.
Transplantados ressaltam a importância da doação de órgãos
O presidente da Astrar (Associação dos Transplantados e Amigos do Estado de Roraima), Claudemilton Caetano de Matos, de 44 anos, transplantado renal há 12 anos, falou da importância da ação em que a Astrar é parceira e da felicidade de estar vivo graças ao transplante.
“É uma ação muito importante. Eu sou um transplantado renal. Sou exemplo de que o transplante transforma a vida do paciente. A minha esposa foi a minha doadora. O sim de uma pessoa pode transformar a vida de outra. A pessoa que está doente, acamada, meses e meses fazendo diálise ou mesmo sofrendo com outra patologia, pode ter sua vida transformada como eu tive. Quando você doa, pode salvar até oito vidas. E o nosso lema é Doe órgãos e Salve Vidas”, disse.
Felicidade estampada também no rosto da senhora Maria Lenir da Conceição, de 62 anos, que recebeu um transplante de rim há 15 anos.
“Depois de três anos fazendo hemodiálise, eu recebi um rim, e, graças a Deus, estou aqui contando a história por ter recebido um órgão de outra pessoa. Eu admiro a família que doa porque está ajudando a salvar outras vidas”, garantiu.
O passeio ciclístico Pedalando pela Vida contou com as parcerias de equipes de pedal de Boa Vista, da Astrar, do CBMRR (Corpo de Bombeiros Militar de Roraima), da PMRR (Polícia Militar de Roraima) e do Detran (Departamento Estadual de Trânsito de Roraima).
Vânia Coelho